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Polícia

RJ: delegacia é lacrada por ordem do chefe de polícia

14 fev 2011 - 03h43
(atualizado às 06h41)
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Quarenta e oito horas depois de a Operação Guilhotina, da Polícia Federal, fazer uma devassa na Polícia Civil e prender 38 pessoas, entre elas o ex-subchefe de Polícia Civil, Carlos Oliveira, no domingo foi a vez de a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais (Draco-IE) entrar no foco. O chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, determinou que a especializada fosse lacrada para a apuração de supostas denúncias de extorsão.

Duas equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estão de plantão na porta da Draco, na Gamboa, de onde ninguém sai ou entra, para evitar que qualquer documento seja retirado. Às 8h desta segunda-feira, equipe da Corregedoria Interna (Coinpol) fará buscas na sede da delegacia.

A crise na Segurança Pública do Rio, desta vez, atravessou a esfera da Polícia Civil e esbarrou na Secretaria de Segurança Pública (Seseg), já que o diretor da Draco, Claudio Ferraz, é homem de confiança do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e, esta semana, será nomeado diretor da Contra-Inteligência da Secretaria.

Desde a semana passada, a Draco não pertence mais aos quadros da Polícia Civil. Em Diário Oficial, foi publicado que a delegacia ficaria sob a responsabilidade da Seseg e colaboraria com a Corregedoria Geral Unificada (CGU) nas investigações de desvios de conduta de servidores públicos.

Secretário foi avisado

Para agir, Turnowski primeiro avisou a Beltrame que iria lacrar o cartório da delegacia. O secretário decidiu cancelar a viagem que faria hoje. Nem ele, nem Turnowski e nem Ferraz comentaram o caso.

Nesta manhã, Ferraz, que não foi comunicado pelo chefe de polícia sobre a decisão de lacrar a Draco, vai à Corregedoria Interna. Sob o comando de Ferraz, a Draco foi responsável pela prisão de mais de 700 milicianos, em sua maioria, policiais civis e militares.

Federal apresenta material apreendido

A Polícia Federal apresentou no domingo parte do material arrecadado nas buscas feitas durante a Operação Guilhotina, deflagrada na sexta-feira. Havia dois fuzis calibre 5.56, três granadas, duas carabinas, sete pistolas, um revólver, duas lunetas, 12 radiotransmissores, 49 carregadores de pistola e quatro de fuzil, além de cerca de cinco mil munições.

Parte dessas munições estava na 22ªDP (Penha). Segundo o delegado Allan Dias, foram apreendidas porque não estavam acauteladas em nome de nenhum policial, nem armazenadas no lugar correto. "Se tivéssemos feito a operação logo após a do Alemão, teríamos pego muito mais. Fizeram um verdadeiro saque lá. E revenderam armas para traficantes de facções rivais", disse o delegado, que deve relatar o inquérito em 10 dias com o pedido de prisão de outras pessoas.

Cerca de R$ 60 mil foram apreendidos também. As investigações revelam que um PM agia como agiota e, num dia, chegava a movimentar R$ 50 mil na conta da mulher.

Ontem, o inspetor Giovanni Gaspar Fernandes se apresentou. Dos 45 mandados de prisão, 38 já foram cumpridos ¿ dos presos, 30 são policiais. Também ontem, o prefeito Eduardo Paes voltou a comentar as acusações ao ex-subsecretário de Ordem Pública, Carlos Oliveira, um dos presos: "Graças a Deus ele não teve tempo de fazer nada. E não vamos passar a mão na cabeça de ninguém".

Fonte: O Dia
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