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Polícia

RJ: falso médico alemão admite que atendia traficantes da Mineira

7 fev 2011 - 03h47
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Na localidade de Chuveirinho, no Morro da Mineira, a polícia estourou uma clínica clandestina e prendeu o falso médico alemão Kai Jorg Niespondiany, de 37 anos. Ele chegou ao Brasil em 2007 e, como só tem visto de turista, está em situação irregular no País. Encaminhado para a Polícia Federal, poderá ser deportado. Na enfermaria, cheia de mofo e sujeira, havia remédios, luvas, material cirúrgico, camisinhas e equipamentos de odontologia.

Kai Jorg contou aos policiais que fez curso de paramédico na Alemanha, sem tê-lo concluído, e que, na favela, cobrava R$ 20 por atestado médico. Ele confessou que atendia moradores e traficantes. Há duas semanas, teria atendido o gerente do tráfico do Chuveirinho, conhecido como Antártica. O bandido quebrou um dedo da mão.

"Ele está todo irregular. Não poderia atuar como médico, porque ele não é. Vamos investigar se a clínica era usada para atender traficantes do morro", disse o comandante do 2º Comando de Policiamento de Área, coronel Aristeu Leonardo Tavares. Todos os pacientes tinham o diagnóstico anotado num caderno, onde havia detalhes sobre o encaminhamento para internação e até a descrição de curativos feitos em uma vítima de facadas. Numa das salas do Centro Social Comunitário, ele fazia consultas de pediatria e ginecologia usando jaleco com o nome e o emblema da Uerj. O atendimento, das 8h às 14h, era divulgado em folheto distribuído na favela.

Documentos apreendidos

Entre os documentos encontrados no consultório do alemão, estavam uma carteira da Associação dos Rondonistas do Estado do Rio de Janeiro (instituição que reúne pessoas do projeto Rondon, coordenado pelo Ministério da Defesa). Outro papel, com timbre da UFRJ, afirmava que Kai cumpriu as exigências do Conselho Federal de Medicina de Brasília para a tradução do registro médico estrangeiro. O falso médico foi autuado por adulteração de documento público, exercício irregular da profissão e associação para o tráfico de drogas.

Fonte: O Dia
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