Oposição critica falta de detalhamento de propostas de Dilma
- Luciana Cobucci
- Direto de Brasília
A mensagem presidencial levada pela presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, ao Congresso Nacional, durante a cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos, foi alvo de críticas de parlamentares da oposição. O líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), afirmou que o discurso de Dilma foi "genérico".
"Não traz novidade. Se você pegar o discurso que ela fez aqui na posse presidencial e o discurso que fez hoje, é basicamente o mesmo. Não tem detalhamento das propostas", disse, se referindo aos compromissos reafirmados por Dilma com as reformas política e tributária e com medidas de valorização permanente do salário mínimo.
O presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), disse que "foi um conjunto de generalidades, um discurso raso". "Eu não conheço nenhum brasileiro em nenhum lugar que não diga a mesma coisa. Vamos crescer o Brasil e manter o verde. Isso não é novidade. A maioria das declarações foram vagas, pouco precisas como, por exemplo, a reforma tributária: não vi nada. Reforma política, menos ainda. A questão do salário mínimo, uma dispersão".
O presidente Nacional do PT, José Eduardo Dutra, rebateu as críticas da oposição, afirmando que não era atribuição da presidente detalhar as propostas na mensagem lida nesta quarta.
"É claro que uma mensagem do Executivo para o Congresso não vai esmiuçar as reformas porque sabemos que todos são a favor, tanto da política, quanto da tributária. Mesmo assim, há divergências que serão analisadas no Congresso. Não era tarefa da presidente esclarecer o nível de detalhes. A oposição sabe disso, só que a oposição tem que reclamar", disse.
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), a mensagem lida por Dilma foi abrangente e tratou sobre todos os temas considerados prioritários para o País. "Eu me senti muito reconfortado que a presidente pense também em construir uma pauta positiva que trate sobre o tema das drogas, que enfrente o tema da pobreza, que tenha como prioridade a reforma política e a reforma tributária e, principalmente dialogue com as questões que são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico do Brasil, como a educação".
Na mensagem lida nesta quarta, Dilma reafirmou o compromisso do governo com as reformas política e tributária, com o aumento da qualidade do investimento público, com a redução de gastos com custeio e pessoal, e afirmou que educação e saúde serão prioridades do governo.
