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Política

Dilma: não esperaremos as próximas chuvas para chorar as vítimas

2 fev 2011 - 16h32
(atualizado às 18h50)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

A presidente Dilma Rousseff (PT) participou nesta quarta-feira da primeira sessão legislativa do Congresso Nacional após a posse dos deputados e senadores, ocorrida ontem em Brasília. Ao lado de José Sarney (PMDB-AP), reeleito presidente do Senado, e Marco Maia (PT-RS), eleitro presidente da Câmara, Dilma lembrou a tragédia causada pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro e afirmou que vai atuar para prevenir e diminuir os prejuízos causados por desastres naturais.

Dilma promete plano de alerta para moradores de área de risco:

"Nenhum país é imune aos desastres naturais, mas no Brasil não podemos e não iremos esperar os próximos anos e as próximas chuvas para chorar as próximas vítimas. Precisamos de dados confiáveis para alertar a população a tempo. Vamos ajudar as cidades e os Estados a identificar as áreas de risco, a construir obras de prevenção e ofereceremos aos moradores novas habitações através do programa Minha Casa, Minha Vida", afirmou a presidente.

Dilma Rousseff quebrou o protocolo durante a cerimônia de abertura da 54ª legislatura no Congresso ao ler, ela própria, a mensagem do Poder Executivo entregue ao Legislativo pela ocasião. A última vez que o presidente da República leu a mensagem foi no primeiro mandato de Lula, em 2003. Dilma afirmou que a principal missão do seu governo é acabar com a pobreza extrema no País.

"Temos a obrigação de aprofundar a democracia, começando por aquela que é a necessidade mais básica: erradicar a pobreza extrema no Brasil. Não podemos aceitar que milhares de pessoas continuem vivendo na miséria, que não tenham condições fundamentais de vida", afirmou Dilma, pedindo o apoio dos parlamentares para esse projeto.

A presidente disse também que acredita numa relação independente e harmoniosa entre os poderes, afirmando que o Brasil vive hoje o período democrático mais longo de sua história. "A democracia nos abriu um horizonte promissor, de justiça social, redução das desigualdades em todas as suas formas e consolidação de nosso desenvolvimento econômico e social", disse.

Outro tema abordado por Dilma e que diz respeito direto aos parlamentares é a retomada da agenda da reforma política. "Trabalharemos em conjunto com essa Casa", afirmou.

Controle rígido da inflação

Disposta a manter a inflação controlada, um dos principais ganhos econômicos dos oito anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma prometeu que "manteremos a estabilidade econômica e não deixaremos a inflação corroer o nosso tecido econômico".

"Encaminharei ao Congresso Nacional uma proposta de longo prazo de reajuste do salário mínimo. Os salários dos trabalhadores terão ganhos reais sobre a inflação", disse ela, que também afirmou que boa parte dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na segunda etapa, serão destinados a obras de infra estrutura, visando a Copa do Mundo 2014.

Educação e biocombustíveis

Para o Executivo, o desenvolvimento do Brasil passa pelo aperfeiçoamento da educação e investimento em formas alternativas de energia. "A educação será uma das prioridades centrais do nosso governo. Somente com o avanço da qualidade básica do ensino é que poderemos desenvolver os jovens para conduzir o País. Vamos dar apoio aos municípios para investirem em creches, pré-escolas, escolas técnicas e fortalecimento do ProUni", disse Dilma.

Ela também falou que as formas alternativas de energia, como o etanol e o biodiesel, vão ganhar atenção especial do governo. Além disso, a presidente afirmou que "a cultura é a alma de um povo, a essência de sua identidade e nós vamos investir em cultura, expandindo a exportação de nossa música, cinema e literatura".

"Reitero o nosso compromisso no combate às drogas, em especial ao avanço do crack. A ação integrada em todos os níveis de governo, juntamente com a participação da sociedade, é o caminho para a redução da violência. Atuaremos com a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança e, quando necessário, com as Forças Armadas. Experiências como as unidades de polícia pacificadoras (UPPs), no Rio de Janeiro, serão valorizadas", disse Dilma Rousseff.

Fonte: Terra
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