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Política

Maia vence 3 candidatos e é eleito presidente da Câmara

31 jan 2011 - 19h04
(atualizado em 1/2/2011 às 23h32)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O deputado federal Marco Maia (PT-RS) foi eleito presidente da Câmara, após votação que durou mais de três horas na noite desta terça-feira, para o biênio 2011-2012. O gaúcho recebeu o voto de 375 deputados, contra 106 votos de Sandro Mabel (PR-GO), 16 de Chico Alencar (Psol-RJ) e nove de Jair Bolsonaro (PP-RJ). Foram 509 votos no total, sendo três em branco.

Deputado gaúcho recebeu o apoio de 21 partidos
Deputado gaúcho recebeu o apoio de 21 partidos
Foto: Rodolfo Stuckert / Agência Câmara

Maia contou com o apoio de 21 dos 22 partidos que compõem a Câmara e só viu a disputa se acirrar há duas semanas, quando Mabel contrariou a determinação da própria legenda de apoiar o PT e lançou uma candidatura avulsa. O PR ameaça expulsar Mabel se ele não deixar o partido até as 10h desta quarta-feira. Marco Maia também precisou enfrentar duas candidaturas de última hora, registradas hoje: a do Psol, único partido a não apoiar o petista, e a de Bolsonaro.

Na Câmara pela terceira vez, Maia, 46 anos, assumiu a presidência da Casa depois da renúncia de Michel Temer (PMDB-SP), que ocupava o cargo, para assumir a vice-presidência da República. Antes disso, ele já havia conseguido destaque nacional quando se tornou relator da CPI do Sistema de Tráfego Aéreo, entre maio e outubro de 2007.

Os outros cargos da Mesa Diretora da Casa também foram definidos nesta noite. Pela primeira vez, uma mulher vai ocupar a primeira vice-presidência da Câmara: será a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). O primeiro secretário da Câmara será o deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), a segunda secretaria será ocupada por Jorge Tadeu Mundalen (DEM-SP), o terceiro secretário será o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) e a quarta secretaria será de Júlio Delgado (PSDB-MG).

As suplências de quatro secretarias serão ocupadas, respectivamente, pelos deputados Geraldo Resende (PMDB-MS), Manato (PDT-ES), Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) e Sérgio Moraes (PTB-RS). Além da presidência, apenas outro lugar na Mesa, a segunda vice-presidência, foi disputada por mais de um candidato. Concorreram ao cargo os deputados Eduardo da Fonte (PP-PE), vencedor da eleição de hoje com 288 votos, e Rebeca Garcia (PP-AM), que apresentou candidatura avulsa ao cargo.

De azarão a favorito

Marco Maia era considerado o azarão na disputa interna do seu partido para conquistar a indicação e disputar a presidência da Câmara há cerca de 45 dias. Ao sair de casa no dia 14 de dezembro, quando o PT decidiria quem concorreria ao comando da Câmara, Maia confidenciou a amigos que pensava em desistir e apoiar um dos outros dois concorrentes, os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), que à época era considerado imbatível por ocupar a liderança do governo na Casa.

Porém, o torneiro mecânico e sindicalista, acostumado a negociações, percebeu que os dois candidatos também não estavam tão seguros da vitória e decidiu manter a candidatura. Ao final do dia, depois de receber o apoio maciço dos petistas que estavam alinhados com Chinaglia, que desistiu de concorrer, Maia foi escolhido pelo PT. Vaccarezza também acabou desistindo de enfrentar o gaúcho. A negociação durou 12 horas.

Desde então, Maia, conseguiu o apoio de 21 bancadas da Câmara dos Deputados e, por pouco, não conseguiu êxito na articulação para ser candidato único à cadeira mais importante da Casa.

Amigo desde a adolescência, quando frequentava a pastoral da juventude com Maia, o atual prefeito de Canoas (RS), Jairo Jorge (PT), comentou que o deputado tem um jeito discreto de fazer política. "Ele é muito tranquilo, articula bem politicamente, gosta sempre de conversar, de negociar, evita o confronto", disse.

O mentor

O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos mentores políticos de Maia, conta que desde cedo o aprendiz demonstrava talento para a política. Tanto que um ano depois de ser eleito dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, em 1984, com apenas 21 anos, concorreu à prefeitura do município.

Paim conta que foi até a casa de Maia para pedir que o pai dele autorizasse a entrada na disputa. "O pai perguntou: 'mas ele não é muito novo?'", lembrou Paim. Ao final da conversa o pai autorizou, mas faleceu meses depois, antes do final da campanha. Maia perdeu.

Quando Paim decidiu concorrer ao Senado, Maia se apressou para pedir ao PT gaúcho para usar o mesmo número do padrinho político na disputa da Câmara. "Eles não deixaram. Disseram que os números eram sorteados. Mas ele tem sorte e ganhou o 1314 no sorteio", contou o senador.

Vários colegas de Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas se tornaram políticos. Além de Paim, os prefeitos de Canoas, de Esteio e Sapucaia são todos ex-sindicalistas da mesma época.

Com informações da agência Reuters.

Fonte: Terra
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