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RJ: internautas se mobilizam para ajudar vítimas das enchentes

15 jan 2011 - 14h40
(atualizado às 15h51)
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Uma campanha organizada pela rede social Twitter arrecadou toneladas de donativos para os afetados das enchentes que devastaram a Região Serrana do Rio de Janeiro em um shopping na Zona Oeste da capital na manhã deste sábado. Seguidores do perfil Lei Seca no Twitter se mobilizaram para juntar alimentos, roupas e produtos de higiene pessoal e limpeza que estão sendo enviados para abrigos de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

Teresópolis/RJ: destroços de casa destruída no caminho para o bairro Jardim Salaco
Teresópolis/RJ: destroços de casa destruída no caminho para o bairro Jardim Salaco
Foto: Reinaldo Marques / Terra

Ao todo, 120 pessoas vão fazer o transporte do material, em quatro caminhões e 30 carros. O publicitário Eduardo Trevisan, administrador do perfil no microblog, ressaltou que as redes sociais são uma grande arma na propagação da informação e, por isso, resolveu convocar os usuários para uma grande campanha de doação de itens de primeira necessidade.

"Os seguidores do Twitter já têm essa característica de ajuda mútua. Não foi difícil reunir voluntários para doar e para trabalhar na organização e transporte dos donativos", afirmou Trevisan. A tragédia, que deixou mais de 550 mortos e cerca de 6 mil desabrigados, despertou a solidariedade da população carioca.

Cruz Vermelha recebe donativos e HemoRio doações de sangue

Durante toda a manhã deste sábado, a movimentação foi intensa também na seda da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro. Centenas de voluntários trabalharam na organização dos donativos, que não paravam de chegar. O empresário Daniel Melo Vargas, 30 anos, chegou cedo ao local para oferecer auxílio no processo de separação dos materiais que estão sendo doados. "Nesse momento, todo mundo deve colaborar. A ajuda é fundamental para as vítimas desse desastre", declarou.

De acordo com um dos coordenadores da Cruz Vermelha, Carlos Alberto Marco, é importante que a mobilização continue até que a situação na região serrana se normalize. Ele destacou ainda que, nesse momento, as vítimas necessitam de água, leite, comida de preparo instantâneo, materiais de higiene e limpeza e colchonetes. "A comida é muito importante, mas temos de pensar na necessidade real das vítimas. Os desabrigados não têm como cozinhar e, por isso, os alimentos devem ser de preparo fácil e rápido", explicou Marco. O coordenador destacou também que há necessidade de fraldas, mamadeiras, vassouras, rodos e panos de chão, além de escovas de dente e creme dental, sabão, sabonete e absorventes.

E a onda de solidariedade não para nos donativos. O HemoRio, órgão estadual de coleta de sangue, quadruplicou o número de atendimentos nos últimos dias. Durante a manhã deste sábado, centenas de pessoas aguardavam em longas filas pelo momento de fazer suas doações.

A enfermeira Slayne Ribeiro informou que, nesta sexta-feira, foram atendidas cerca de mil pessoas, um número quatro vezes maior que o normal. "As pessoas se sensibilizaram com a tragédia e estão cooperando. Nosso pedido é que, ao longo da semana, as pessoas não parem de doar, já que o número de necessitados é muito grande".

Um grupo de motoqueiros se reuniu e resolveu fazer sua parte na ajuda às vítimas. Cerca de 20 proprietários de Harley Davidson compareceram nesta sábado ao HemoRio para doar sangue. "Essa tragédia afeta todo o estado do Rio de Janeiro e, nesse momento, toda manifestação de ajuda é indispensável", disse o motociclista Kleider Neves.

O HemoRio fica na Rua Frei Caneca, 8, Centro. O atendimento acontece todos os dias, das 7h às 17h. Para doar sangue, é preciso estar bem de saúde, ter entre 18 e 65 anos e pesar no mínimo 50 kg.

Chuvas na região serrana

As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas são Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região.

Veja a Praça do Suspiro, em Nova Friburgo, antes e depois da chuva

Veja onde foram registradas as mortes

EFE   
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