Hollanda assume dançando e cobra aprovação do vale-cultura
- Claudia Andrade
- Direto de Brasília
A nova ministra da Cultura, Ana de Hollanda, assumiu o cargo nesta segunda-feira e fez uma cobrança ao Congresso Nacional já em seu primeiro discurso. "Por favor, vamos aprovar neste ano, nos próximos meses, o vale-cultura, para que a gente possa incrementar o mais rápido possível a cultura na cesta do trabalhador, da trabalhadora", disse. Ela chegou ao Museu da República dançando ao som de diversos ritmos representativos da cultura popular, como samba e maracatu.
O crédito de R$ 50 para consumo de produtos de cultura foi criado pelo Executivo para ser destinado a trabalhadores que ganhem até cinco salários mínimos. A proposta foi aprovada pelo Senado em dezembro de 2009, mas como o texto recebeu emendas, voltou para nova análise na Câmara dos Deputados, onde ainda está em tramitação.
Para a nova ministra, é preciso "casar" a ascensão social e a ascensão cultural do povo brasileiro, "para acabar com a fome de cultura que ainda reina em nosso País". "Até aqui, essas pessoas têm consumido mais eletrodomésticos - e menos cultura. É perfeitamente compreensível. Mas a balança não pode permanecer assim tão desequilibrada. Cabe a nós alargar o acesso da população aos bens simbólicos. Porque é necessário democratizar tanto a possibilidade de produzir quanto a de consumir", disse.
Ana de Hollanda prometeu dar continuidade aos projetos aprovados ou já em andamento. "Minha gestão jamais será sinônimo de abandono do que foi ou está sendo feito. Não quero a casa arrumada pela metade. Coisas se desfazendo pelo caminho. Pinturas deixadas no cavalete por falta de tinta", afirmou.
Ministra assumiu dançando
O auditório do prédio projetado por Oscar Niemeyer ficou lotado com quase mil pessoas, entre artistas e políticos, para acompanhar a cerimônia, que começou com festa e dança por parte da ministra. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi um dos que mais aproveitou, sambando junto com as passistas de uma escola de samba do Distrito Federal.
Antes do discurso de Anna, o ex-ministro Juca Ferreira discursou e chorou duas vezes, chegando a soluçar ao encerrar agradecendo o apoio da mulher e do filho. No final do ano passado, em evento de balanço do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Juca havia se declarado "confiante" em permanecer no comando da pasta. Nesta segunda, porém, afirmou que se despede do cargo "com a certeza do dever cumprido".
O ex-ministro, que sucedeu Gilberto Gil no ministério, disse que durante o governo Lula a cultura tornou-se item de primeira necessidade. "A cultura em nosso País, na gestão do governo Lula, passou a ser tratada como primeira necessidade de todos, tão importante quanto comida, habitação, saúde¿.
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