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Política

Patriota: presença da Itália na posse é prova de bom relacionamento

2 jan 2011 - 14h36
(atualizado às 14h46)
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Laryssa Borges
Diretor de Brasília

O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou neste domingo que a presença do embaixador italiano na posse da presidente Dilma Rousseff prova que Brasil e Itália buscarão sempre interesses convergentes, ainda que decisões específicas, como a não extradição do ex-extremista Cesare Battisti, tenham desagradado integrantes do governo de Silvio Berlusconi. O chanceler evitou comentar a possibilidade de o caso parar na Corte de Haia, como ameaçam políticos romanos, e preferiu enfatizar a busca por uma "agenda construtiva" entre os dois países.

"Esteve ontem na cerimônia de posse o embaixador da Itália, Gherardo La Francesca. Sei que ele conversou com o professor Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais e a própria presença dele na cerimônia de posse foi uma manifestação do desejo dos dois países prosseguirem no seu relacionamento e darem ênfase às convergências e a uma agenda construtiva", disse Patriota.

Nas últimas horas antes de deixar o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que não iria extraditar o ex-extremista italiano Cesare Battisti.

Ex-integrante da organização de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), Battisti foi condenado pela Justiça de seu país à prisão perpétua por quatro assassinatos, ocorridos no final da década de 1970. Depois de preso, Battisti, considerado um terrorista pelo governo italiano, fugiu e se refugiou na França e na América Latina. A decisão de Lula leva em conta parecer elaborado pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que havia defendido a não extradição do ativista italiano.

No Brasil, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, sob o argumento de "fundado temor de perseguição", garantiu a ele o status de refugiado político, o que em tese poderia barrar o processo de extradição que o governo italiano havia encaminhado à Suprema Corte brasileira. Ainda assim, o caso foi a julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) no final de 2009, quando os magistrados decidiram que o italiano deveria ser enviado a seu país de origem, mas teria de cumprir pena máxima de 30 anos de reclusão, e não prisão perpétua como definido pelo governo da Itália. Na mesma decisão, no entanto, os ministros decidiram que caberia ao presidente da República a decisão final de extraditar ou confirmar o refúgio a Battisti.

Moça vai à posse com o nome da presidente estampado no rosto
Moça vai à posse com o nome da presidente estampado no rosto
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Redação Terra
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