Possibilidade de Alencar deixar a UTI é real, diz médico
- Simone Sartori
- Direto de São Paulo
O médico Oncologista Paulo Hoff, que integra a equipe que atende o vice-presidente, José Alencar, comentou, nesta quarta-feira, a evolução satisfatória do paciente após o procedimento de ontem para conter o sangramento digestivo. Ele disse que a possibilidade de Alencar deixar a UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é real. "Pode até ser hoje se ele continuar apresentando melhoras", disse.
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De acordo com o médico, é cedo para comemorar, "mas estamos muito satisfeitos". Ele afirmou que, até agora, ainda não existem evidências de que o sangramento voltou após o procedimento chamado arteriografia. Hoff disse que Alencar não precisou de transfusão de sangue desde ontem, foi submetido apenas a uma sessão de hemodiálise.
Hoff afirmou que Alencar deve continuar internado até a próxima semana e que a possibilidade de ele comparecer a posse "é muito improvável". "Ele sabe que só vai ser permitido, se for seguro para ele. Mas ele sabe que é muito improvável", afirmou.
Ainda sobre a possibilidade de comparecer à posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, que ocorre no dia 1º de janeiro, em Brasília, o médico afirmou que a viagem de avião poderia prejudicar o tratamento. Segundo ele, a despressurização poderia provocar a volta do sangramento.
Pela manhã, Alencar recebeu a visita do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT-SP).
Luta contra o câncer
Alencar luta contra o câncer desde 1997, quando, após um check-up, foi encontrado um tumor no rim direito e outro no estômago, retirados naquele mesmo ano. Em 2000, uma nova cirurgia retirou um tumor na próstata. Depois da remoção de outros nódulos no abdome, Alencar foi diagnosticado com câncer no intestino.
Ao todo, ele foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos. Em janeiro de 2009, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal. Na mesma cirurgia, os médicos retiraram parte do intestino delgado, outra do intestino grosso e uma porção do ureter, canal que liga o rim à bexiga. Alencar chegou a ficar internado 22 dias após a operação. A última cirurgia ocorreu no dia 22 de dezembro, quando Alencar foi internado no Sírio-Libanês em caráter de urgência, com quadro de hemorragia digestiva grave.
