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Polícia

Polícia indiciará mais 2 presos por morte de prefeito em SP

28 dez 2010 - 21h17
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O delegado Zacarias Katzer Tadros, do Setor de Homicídios de Carapicuíba, na Grande São Paulo, informou nesta terça-feira que vai indiciar na quarta-feira os dois primeiros presos por suspeita de envolvimento na morte do prefeito de Jandira, Braz Paschoalin (PSDB), no dia 11. Na semana passada, foi preso o sétimo suspeito do crime, Lauro de Souza, apontado como um estelionatário. Ele foi o primeiro indiciado, por homicídio triplamente qualificado.

Perito examina carro onde prefeito de Jandira foi morto, em 11 de dezembro
Perito examina carro onde prefeito de Jandira foi morto, em 11 de dezembro
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press

De acordo com o delegado, Lázaro Faustino e Adílson de Souza são acusados de participação material na execução do prefeito. Eles também responderão por homicídio qualificado, com os seguintes agravantes: motivo torpe, mediante promessa de recompensa e uso de meio cruel que não permitiu a defesa da vítima. Tadros disse ainda que, com o avanço da investigação, mais "uma ou duas pessoas" suspeitas de arquitetar o crime devem ser presas. O delegado não informou a identidade dos investigados.

Além do trio, estão presos temporariamente dois homens localizados no dia do crime, após o carro que teria sido usado na execução ter sido encontrado, o secretário de Habitação de Jandira, Wanderley Lemes de Aquino, e um empresário. Os dois últimos seriam os mandantes do assassinato.

"O objetivo é descobrir e deixar presos os autores, quem mandou e quem concorreu para que o crime acontecesse", disse o delegado. Conforme ele, cerca de 20 pessoas já foram ouvidas pela polícia durante a investigação. Algumas, porém, tem medo de prestar depoimentos e foram apenas ouvidas informalmente. A polícia tem até o dia 17 de janeiro para concluir o inquérito.

Sobre as motivações do crime, o delegado descarta, pelo menos por enquanto, uma disputa político-partidária. Para Tadros, Paschoalin teria "contrariado os interesses de um grupo que ansiava o poder". Sem citar nomes, o delegado afirmou que os indícios apontam para uma ligação com um suposto "mensalinho" que teria envolvimento do prefeito, mas ainda não é possível aprofundar a hipótese. A família do prefeito, no entanto, suspeita de crime político.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, investiga seis dos 11 vereadores do município por suspeita de corrupção. Segundo o promotor Roberto Porto, há indícios de que os políticos receberiam propinas de R$ 10 mil para a aprovação de projetos da prefeitura.

Segundo Porto, a investigação começou após a morte de um ex-vereador da cidade, Waldomiro Moreira de Oliveira, o Mineiro, assassinado em julho deste ano. O promotor disse que o vereador entregou ao MP uma fita com uma gravação em que aparece conversando com outro legislador sobre o pagamento de R$ 200 mil para a aprovação das contas da prefeitura.

O caso

O prefeito foi executado por volta das 8h do dia 11 de dezembro em Jandira, enquanto deixava, acompanhado de seu motorista, um carro em uma rua próxima à rádio Astral, onde participaria do programa semanal Bom Dia Prefeito. Os criminosos fugiram de carro após passarem atirando pelo veículo do prefeito. O motorista foi baleado na cabeça e passou por cirurgia.

Fonte: Redação Terra
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