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Lula: tive que provar a cada dia que poderia governar o País

28 dez 2010 - 18h22
(atualizado às 19h26)
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Vagner Magalhães
Direto do Recife

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na tarde desta terça-feira em Suape (PE) que nenhum de seus antecessores teve de provar, assim como ele, que poderia governar o País. "Eu não podia apenas falar. Eu tinha de provar a cada dia que era possível. Eu queria provar aos trabalhadores que me derrotaram em 89, 94 e 98 por desconfiança em mim e neles próprios", disse.

Lula discursa durante evento em Pernambuco
Lula discursa durante evento em Pernambuco
Foto: Ricardo Matsukawa / Redação Terra

Lula afirmou que trabalhou mais do que seus antecessores e que por isso segue viajando pelo País, mesmo a três dias de terminar o seu mandato. Segundo o presidente, o Brasil se acostumou a ver presidentes em fim de mandato reduzirem as suas rotinas.

"Alguém poderia estar se perguntando porque o presidente Lula continua viajando o País quando terá de entregar o cargo à presidente Dilma no próximo sábado. Porque ele está se metendo a trabalhar até o dia 31 enquanto outros trabalhavam apenas meio período ou preferiam não trabalhar no período de festas", afirmou aos justificar as viagens pela necessidade de mostrar seu trabalho.

O presidente disse que perdeu as eleições anteriores porque o trabalhador pensava da seguinte maneira: "Como eu posso votar em um cara igual a mim. Que só tem quatro anos de escolaridade, que vai para porta de fábrica falar em greve? Foi essa necessidade de provar que me fez trabalhar, mais do que de hábito se trabalhava neste País", disse.

Lula participou nesta tarde do lançamento da pedra fundamental da futura fábrica da montadora italiana Fiat, que tem investimento estimado em R$ 3 bilhões e a expectativa da criação de 3,5 mil empregos formais. "A Fiat veio para cá porque inteligente do jeito que é tem estudo sobre o desenvolvimento do nordeste brasileiro", disse.

De acordo com Lula, o que foi feito no governo dele é apenas uma sinalização do que será o governo de Dilma Rousseff. "O que nós fizemos foi apenas um sinal para que a companheira Dilma continue esse processo. Não queremos tirar nada de outras regiões do País. Queremos que o Norte e o Nordeste tenham as mesmas oportunidades. Não esqueço a razão pela qual eu deixei Caetés em 13 de dezembro de 1952: a fome", disse, emocionado.

Ainda nesta terça-feira, Lula assina uma ordem de serviço para o início das obras do centro cultural Cais do Sertão Luiz Gonzaga, o rei do baião. O projeto é uma parceria do governo do Estado com o Ministério da Cultura. Depois disso, no marco zero de Recife, cantores pernambucanos como Alceu Valença e Geraldo Azevedo animam a "festa da despedida" de Lula como presidente da República. Na virada do ano, ele entrega o cargo para a sua companheira de partido, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT).

Nesta semana, Lula ainda cumprirá agenda em Fortaleza, onde anunciará obras na refinaria de Pecém, além da entrega de casas populares em Salvador. Porém, nos dois atos, o número de presentes será restrito. Quinta e sexta-feira, Lula permanece na capital federal.

Fonte: Redação Terra
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