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Polícia

Casal pega até 67 anos por esquartejar 2 meninos em SP

16 dez 2010 - 19h10
(atualizado em 17/12/2010 às 00h42)
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Simone Sartori
Direto de Ribeirão Pires

A Justiça condenou nesta quinta-feira o casal João Alexandre Rodrigues e Eliane Aparecida Rodrigues pela morte e esquartejamento de dois meninos, um de 12 e outro de 13 anos. Rodrigues foi condenado a 67 anos, um mês e 10 dias, enquanto Eliane, 59 anos, seis meses e 20 dias. A sentença foi anunciada pelo juiz José Welington Bezerra da Costa Neto no fórum de Ribeirão Pires, no ABC - região de São Paulo. Os meninos eram filhos de Rodrigues e enteados de Eliane.

O crime aconteceu no dia 5 de setembro de 2008. Os corpos dos meninos foram descobertos por lixeiros, que acharam os membros junto a detritos quando faziam a coleta. Eles foram mortos asfixiados com sacos plásticos e o casal tentou queimar seus corpos com querosene antes de decidir esquartejá-los.

O julgamento do casal teve início na quarta-feira. Eles foram condenados por homicídio quadruplamente qualificado e fraude processual. As qualificadoras do crime são: vítimas menores de 14 anos, motivo torpe, meio cruel e dificultar a defesa das vítimas. Pesa para Rodrigues o fato dele ser pai das crianças, o que foi decisivo para o aumento da pena. Se somadas, as penas do casal chegam a 126 anos e oito meses de reclusão.

A sentença foi anunciada às 18h30 da tarde desta quinta, e os acusados não poderão responder em liberdade. O advogado de Rodrigues, Antônio Gonçalves, no entanto, disse que "a pena foi um tanto quanto exagerada, porque se trata de dois homicídios, mas essa não é uma decisão definitiva, cabe apelação. É a decisão soberana dos jurados, não significa que seja o que vai acontecer".

Já a defesa de Eliane, o advogado Marcos Gonçalves Lima, afirmou que "a pena foi dada com base nos depoimentos que os jurados ouviram". Lima vai analisar a hipótese de recurso e consultará a família para ver se há interesse. "Podemos alegar no caso alguma eventual nulidade, houve um depoimento (de um investigador de polícia) um pouco tumultuoso, mas tudo isso vai depender da consulta à família o estudo do caso", disse ao se referir ao depoimento do policial. Segundo os advogados, ele teria feito juízo de valor.

Houve troca de acusações entre o casal no primeiro dia de julgamento. Ela disse que ajudou a esquartejar os corpos e distribuir os restos pela cidade, Ribeirão Pires, mas afirmou que ele seria o responsável pelas mortes dos próprios filhos, asfixiando os dois com sacos plásticos. João negou o crime e informou que sua confissão ocorreu porque foi coagido por policiais com choques e pressão psicológica na delegacia. Ele afirmou ainda que a madrasta fez tudo sozinha e pode ter contado com a ajuda de uma pessoa. A Justiça ouviu 11 pessoas, sendo quatro testemunhas da Promotoria, cinco da defesa de João e dois de Eliane, entre eles o filho dela, Thiago Antunes Rodrigues, 22 anos.

Parentes dos acusados e a mãe dos meninos ouviram a leitura da sentença bem próximos, mas não fizeram contato. Os familiares saíram do Fórum de Ribeirão Pires sem comentar a pena dos réus. O promotor Abner Castorino também optou por não falar com a imprensa. O casal foi levado de volta para presídios em Tremembé, no Vale do Paraíba.

Fonte: Redação Terra
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