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Mundo

COP-16: chefe da delegação brasileira dá nota 7,5 para acordo

11 dez 2010 - 10h08
(atualizado às 11h39)
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Claudia Andrade
Direto de Cancún

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou, neste sábado, que o acordo construído na 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16), em Cancún, no México, merece 7,5. A 'nota' foi dada com base nos avanços identificados pela chefe da delegação brasileira nos textos construídos ao longo da conferência.

Izabella destacou entre esses avanços a criação do fundo verde que terá recursos voltados para projetos de adaptação às mudanças climáticas. "Um ponto importante foi a criação do fundo, com desenho institucional definido, com recursos de US$ 100 bilhões anuais até 2020, com arranjo de gestão e equilíbrio entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento", afirmou a ministra, acrescentando que os países não devem se envolver apenas na doação para o fundo, mas também na execução de ações imediatas de adaptação.

A chefe da delegação também ressaltou a estrutura do mecanismo de REDD - mecanismo que permite aos países serem recompensados por preservar as florestas - aprovado na COP-16. "(O REDD) passa a ter uma estrutura de governança que facilita muito a implementação de medidas nacionais, facilita e aprimora as condições de execução de projetos no Brasil e no contexto da cooperação Sul-Sul".

"Eu saio daqui contente. Volto pra casa animada, com nova perspectiva de trabalho. (Cancún) Foi mais um avanço em uma agenda que é muito complexa, processo que tem delicadezas técnicas imensas. A gente tem muito trabalho em 2011, em 2012, mas temos um avanço", concluiu a ministra.

"Esperança"

A negociadora da Venezuela Claudia Salerno, que havia chamado a atenção da mídia no final da primeira semana de negociações ao cobrar das nações desenvolvidas que aceitassem um segundo período de comprometimento com o Protocolo de Kyoto, fez um discurso de conciliação.

"Hoje temos em nossa frente o resultado de muitos dias sem dormir, muitos dias de frustração, mas também de encontros, que hoje estão cristalizados. Podemos dizer ao mundo que, se o acordo não é satisfatório para todas as partes, é nossa obrigação transformar Cancún no primeiro dia do resto dos nossos dias de esperança".

O anfitrião da COP-16, o presidente do México, Felipe Calderón, disse que todos os países conseguiram "êxito em algum sentido" em Cancún. "Apesar de tudo, nós colocamos de acordo em relação a uma série de pontos comuns. Conseguimos manter a meta comum de manter o aquecimento global abaixo de 2º C. E, também, nos comprometemos a revisar essas metas à luz dos conhecimentos científicos disponíveis", afirmou.

"Com este acordo, vocês colocaram fim à inércia e mudaram o sentimento de incapacidade coletiva por outros que recupera a esperança no multilateralismo", disse.

A faixa foi assinada por Greenpeace, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Observatório do Clima e Grupo de Trabalho Amazônico
A faixa foi assinada por Greenpeace, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Observatório do Clima e Grupo de Trabalho Amazônico
Foto: Greenpeace / Divulgação
Fonte: Redação Terra
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