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Convênio entre ONG fantasma e governo é fraude, diz ministro

10 dez 2010 - 12h23

(atualizado às 12h42)

Luciana Cobucci: Direto de Brasília

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira que o documento supostamente assinado por ele que dá aval ao governo para firmar parceria com empresa fantasma é uma fraude. O documento beneficia o Inbrasil (Instituto de Arte, Esporte, Cultura e Lazer), uma entidade supostamente fantasma, com a liberação de R$ 3 milhões para o Ministério do Turismo para a realização de eventos.

A carta com a assinatura de Padilha atesta o funcionamento "regular" da empresa nos últimos três anos e foi usada para intermediar convênios sem a necessidade de licitação entre o governo federal e a empresa. A denúncia foi feita nesta sexta pelo jornal O Estado de S.Paulo. Segundo o jornal, o Inbrasil estaria sediado na casa do publicitário Antônio Carlos Silva, num bairro nobre de Brasília. No entanto, o instituto não funciona no endereço fornecido, de acordo com a reportagem.

Alexandre Padilha afirmou que a carta é uma fraude, forjada com sua assinatura eletrônica encontrada da internet. O ministro apontou erros em partes do documento, como a logomarca da Presidência da República. O telefone e e-mail impressos na carta também estariam incorretos, segundo Padilha.

"É um documento que tem sinais que destoam dos padrões daqueles que saem do nosso ministério. Eu não assinei esse documento, nem o encaminhei para o ministério. (...) Eu não conheço essas pessoas do instituto, não tenho nenhuma relação com elas", disse. Padilha pediu que o documento seja investigado por uma sindicância interna da pasta e pela Polícia Federal.

Sobre a aceitação por parte do ministro do Turismo, Padilha afirmou que é Luiz Barretto, ministro da pasta, quem deve explicações. "Ele me disse que abriu um processo de investigação interno sobre isso", afirmou.