Para PMDB, Côrtes e Jobim são cota pessoal de Dilma
O PMDB quer entregar até a próxima semana à presidenta eleita, Dilma Rousseff, as indicações que a legenda considera ter direito na composição da equipe ministerial. O vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), disse, nesta quarta-feira, que o partido considera as indicações de Sérgio Côrtes para o Ministério da Saúde e a manutenção de Nelson Jobim, na Defesa, como parte da cota pessoal de Dilma.
Temer afirmou que o PMDB teria direito a indicar mais quatro ou cinco vagas, neste último caso, se for considerado que lhe cabe indicação por cota pessoal. As bancadas na Câmara e no Senado teriam, assim, direito a duas indicações cada e Temer, a uma. "Estamos ajustando esses ponteiro e vamos ajustá-lo, tenho absoluta convicção".
O parlamentar minimizou as notícias de que as bancadas na Câmara e no Senado estariam se sentido preteridas nas discussões. "O que há é aquele desconforto muitas vezes daqueles que querem um pouco mais, um pouco menos, nada que nos preocupe. Estamos trabalhando, estamos conversando. O PMDB terá um espaço compatível com seu tamanho, isso a presidenta-eleita (Dilma) já disse. Então, não há dificuldade nenhuma na relação¿, afirmou.
Sobre a indicação do secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, para o Ministério da Saúde - que pelas informações publicadas na imprensa seria negociação do governador Sérgio Cabral (PMDB) - o presidente-eleito disse que conversou com o governador pela manhã. Segundo ele, Cabral afirmou que não procurou ninguém porque, "na verdade isso foi uma cota pessoal".
Ainda segundo o relato de Temer, o governador disse que Dilma o procurou porque queria um técnico para a pasta e que "apreciava o trabalho de Sérgio Côrtes e que entrava na cota pessoal dela".
Temer ressaltou que por ser vice-presidente eleito, além de interlocutor do partido na transição, tem que colaborar com o governo.