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Polícia

Cabral manterá 2 mil homens no Alemão até metade de 2011

30 nov 2010 - 00h19
(atualizado às 00h39)
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Luciana Cobucci
Direto do Brasília

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou na noite de segunda-feira (29) que o complexo de favelas do Alemão continuará ocupado por cerca de 2 mil homens das Forças Armadas até o fim do primeiro semestre do ano que vem. Cabral falou com jornalistas após se reunir com a presidente eleita, Dilma Rousseff, na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília. Na reunião também estavam presentes o vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e coordenador político da campanha e transição, Antônio Palocci.

Segundo Cabral, uma unidade de polícia pacificadora (UPP) será instalada no complexo do Alemão ao final da ocupação pelas Forças Armadas. A solicitação desses homens será oficializada nesta terça-feira. "A retomada do território acontece assim: depois que retomamos, passamos um período fazendo o patrulhamento e rastreando informações, até que o terreno esteja pronto para a entrada da UPP. No Alemão temos essa novidade, que é a força de paz entrando no processo de transição. Amanhã de manhã também assinarei um documento instalando a UPP do Morro dos Macacos, onde um helicóptero da polícia foi abatido por traficantes há um ano", disse.

O governador disse, ainda, que o trabalho de ocupação dos morros deve continuar no ano que vem, com o aval da presidente eleita. "Essa retomada já se deu em várias comunidades e vamos continuar retomando, é um modelo que deu certo. Para outras comunidades igualmente complexas o que a gente percebe é essa parceria, essa camaradagem, essa aliança para o bem que deve continuar", afirmou.

Em conversa com Dilma Rousseff, Cabral também falou sobre investimentos do governo federal no Estado do Rio de Janeiro, principalmente para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016. "Temos o desafio de fazer no Rio nos próximos seis anos mais de três décadas de investimentos em transporte, saneamento, mobilidade urbana, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das comunidades", declarou. "Minha alegria pessoal foi ver a presidente ver com um olhar específico para infraestrutura aeroportuária. Cumbica não aguenta mais nada, o Galeão do jeito que está a perspectiva é muito precária. Foi uma conversa de amigos e pedi que essa parceria se aprofunde cada vez mais e que políticas públicas que deram certo avancem", finalizou.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis incendiaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer). Na terça-feira, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal se juntaram às forças de segurança no combate à onda de violência que resultou em mais de 180 veículos incendiados.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tomaram a vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Alguns traficantes fugiram para o Complexo do Alemão, que foi cercado no sábado. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do Complexo do Alemão, praticamente sem resistência dos criminosos, segundo a Polícia Militar. Entre os presos, Zeu, um dos líderes do tráfico, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes em 2002.

Desde o início dos ataques, pelo menos 39 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

Motor de Clio foi danificado por atentado em rua da Tijuca
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Foto: Mauricio Bazilio / Futura Press
Fonte: Especial para Terra
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