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Polícia

RJ: moradores do Alemão terão núcleo para denunciar abusos

29 nov 2010 - 23h08
(atualizado às 23h26)
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Alguns moradores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, denunciaram nesta segunda-feira possíveis abusos cometidos durante a ocupação policial. Uma mulher que não foi identificada disse que o marido foi agredido, mesmo depois de apresentar os documentos. "Bateram no meu marido e meus filhos vendo. Isso é um absurdo", afirmou. As informações são do Jornal Nacional.

Um comerciante disse que a loja dele foi destruída e roubada. Outra denúncia foi gravada por um fotógrafo do jornal Correio Brasiliense. O vídeo mostra o morador da vila Cruzeiro Ronai Braga reclamando que reviraram a casa dele e roubaram uma quantia não revelada. Ele elogiou a operação e disse que ela é necessária, mas culpou pelo roubo o que classificou de "maus policiais". A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro disse que as denúncias estão sendo investigadas e que a polícia vai montar um núcleo no Complexo do Alemão para o atendimento dos moradores.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis incendiaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer). Na terça-feira, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal se juntaram às forças de segurança no combate à onda de violência que resultou em mais de 180 veículos incendiados.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tomaram a vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Alguns traficantes fugiram para o Complexo do Alemão, que foi cercado no sábado. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do Complexo do Alemão, praticamente sem resistência dos criminosos, segundo a Polícia Militar. Entre os presos, Zeu, um dos líderes do tráfico, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes em 2002.

Desde o início dos ataques, pelo menos 39 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro, mais de 120 foram presas e 181 veículos foram incendiados.

Fonte: Redação Terra
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