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Polícia

Polícia faz operações em todo o RJ atrás de fugitivos do Alemão

29 nov 2010 - 20h56
(atualizado em 30/11/2010 às 00h39)
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A polícia do Rio de Janeiro desencadeou uma série de operações em favelas de todo o Estado nesta segunda-feira, atrás de criminosos que possam ter fugido do cerco ao Complexo do Alemão. A informação foi divulgada pelo assessor de imprensa da Polícia Militar, coronel Lima Castro.

Delegado pede que população ajude a polícia do Rio:

"Nós colocamos na área metropolitana do Rio de Janeiro 21 mil policiais militares. Aqui (no Alemão) nós operamos com 1.200 PMs. Os outros 20 mil estão nos seus batalhões, reforçando suas áreas. Ou seja, a operação tem uma concentração de forças aqui, mas está capilarizada em todo o Rio de Janeiro", disse o assessor.

Lima Castro afirmou que todos os locais onde a facção de criminosos tem presença são investigados, inclusive em cidades do interior do Estado, como a Região dos Lagos. "A PM está de alerta máximo, o tempo inteiro, até segunda ordem".

Ele acredita que poucos criminosos conseguiram escapar da região após a fuga empreendida da vila Cruzeiro, na tarde da última quinta-feira, quando dezenas de traficantes conseguiram sair por uma estrada de terra que liga a vila ao Morro do Alemão.

"Eu acho pouco provável (que tenha havido uma fuga em massa). Algumas pessoas podem ter se evadido. Quem não tinha antecedentes criminais pode ter passado num ponto de checagem e ter sido liberado. Mas não portavam armas e não levavam drogas, então serão traficantes sem força", disse.

Segundo o coronel, a prisão desses criminosos será uma questão de tempo. "Como estarão fora de seus territórios, serão presas fáceis dos outros batalhões da Polícia Militar e da Polícia Civil também", afirmou.

Veículos roubados

Na operação do Complexo do Alemão, a polícia espera recuperar cerca de 400 roubados que haviam sido levados pelos traficantes. A estimativa é do delegado Marcio Mendonça, titular da Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). Segundo ele, desse total, 350 são motos que circulavam pelas ruas e becos da região transportando passageiros ou "soldados" e chefes do tráfico.

Os policiais conseguiram apreender, em um local conhecido como Inferno Verde, uma mata entre o Complexo do Alemão e a vila Cruzeiro, a caminhonete usada por traficantes na quinta-feira para escapar dos policiais. O veículo blindado havia sido roubado em junho e tinha a placa clonada. Segundo o delegado, havia marca de tiro no teto.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis incendiaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer). Na terça-feira, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal se juntaram às forças de segurança no combate à onda de violência que resultou em mais de 180 veículos incendiados.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tomaram a vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Alguns traficantes fugiram para o Complexo do Alemão, que foi cercado no sábado. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do Complexo do Alemão, praticamente sem resistência dos criminosos, segundo a Polícia Militar. Entre os presos, Zeu, um dos líderes do tráfico, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes em 2002.

Desde o início dos ataques, pelo menos 39 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro, mais de 120 foram presas e 181 veículos foram incendiados.

Agência Brasil Agência Brasil
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