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Polícia

Ministro: Obras do PAC no Alemão recomeçam nos próximos dias

29 nov 2010 - 14h16
(atualizado às 14h22)
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O ministro das Cidades, Marcio Fortes, afirmou nesta segunda-feira que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no conjunto de favelas do Alemão serão retomadas nos próximos dias. De acordo com o ministro, ainda não há data definida, mas ele acredita que, com a ocupação da área pela polícia, o trabalho poderá voltar ao normal em breve.

"Só mais alguns dias e voltaremos à normalidade. Vamos ver como evolui essa questão da tranquilidade para que possamos liberar as obras, mas acho que vai ser rápido porque a paz já está estabelecida pela presença das tropas", disse o ministro, que participou no Rio da abertura de um fórum sobre a infraestrutura urbana para os Jogos Olímpicos de 2016.

As obras no complexo foram paralisadas na quarta-feira por conta dos confrontos entre policiais e traficantes. De acordo com a Secretaria Estadual de Obras, responsável pela coordenação das intervenções, as ações são suspensas sempre que há troca de tiros que possam colocar em risco a vida dos operários. Cerca de 1,5 mil pessoas trabalham nas obras do PAC no Complexo do Alemão.

Durante o evento, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, informou que o PAC deve ser ampliado na região, que deve receber novos investimentos em habitação.

As obras de intervenção urbanística e social no conjunto de favelas da zona norte do Rio de Janeiro foram iniciadas em março de 2008 e incluem, além da construção de conjuntos habitacionais, a recuperação de ruas e instalação de redes de saneamento e iluminação pública, além de equipamentos sociais. Ao todo, estão sendo investidos no complexo R$ 827 milhões pelos governos federal, estadual e municipal.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer).

Cartas divulgadas pela imprensa na segunda-feira levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado.

Na terça, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal passaram a integrar as forças de segurança para combater a onda de violência.

Desde o início dos ataques, o governo do Estado transferiu 18 presidiários acusados de liderar a onda de ataques para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Os traficantes Marcinho VP, Elias Maluco e mais onze presidiários que estavam na penitenciária de Catanduvas foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Muitos traficantes fugiram para o Complexo do Alemão. O sábado foi marcado pelo cerco ao Complexo do Alemão. À tarde, venceu o prazo dado pela Polícia Militar para os traficantes se entregarem. Dentre os poucos que se apresentaram, está Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M, que foi convencido pela mãe e por pastores a se entregar. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do complexo.

Desde o início dos ataques, até a incursão no Complexo do Alemão, no domingo, 28, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

Moradores do Complexo do Alemão circulam pelas ruas que contam com tanques, soldados e policiais
Moradores do Complexo do Alemão circulam pelas ruas que contam com tanques, soldados e policiais
Foto: Reinaldo Marques / Terra
Agência Brasil Agência Brasil
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