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Polícia

Por onda de violência, dupla sertaneja cancela shows no RJ

27 nov 2010 - 05h18
(atualizado às 05h27)
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Por conta da onda de violência no Rio de Janeiro, a dupla sertaneja Bruno e Marrone cancelou duas apresentações (nesta sexta-feira e sábado) que faria na Barra da Tijuca. Os shows dos cantores foram remarcados para o fim de janeiro. Essa foi só uma das muitas opções de lazer que deixaram de acontecer na noite carioca.

A roda de samba no clube Santa Luzia, no Centro, também foi suspensa na noite de sexta. O show "Identidade Brasileira", que seria neste sábado na Marina da Gloria, foi transferido para março de 2011. A programação do 48º Festival Villa-Lobos, no Centro Cultural de Santa Cruz, foi transferida para domingo. O evento será realizado no gramado do Jardim Botânico, na Zona Sul da cidade.

Ônibus param de circular
Além da área cultural, outros setores foram afetados na cidade por conta dos ataques dos criminosos. Se durante o dia os ônibus funcionaram normalmente, sem interrupção, o mesmo não pôde ser observado durante a noite, segundo moradores.

Algumas empresas que fazem ligações intermunicipais ( Pavuna-Duque de Caxias e Nova Iguaçú) pararam de operar às 19h. Outras linhas, que circulam por Del Castilho, Curicica, e Fundão decidiram interromper as atividades às 20h. Moradores da Zona Norte e Oeste também reclamaram pelo Twitter que não havia mais ônibus às 21h. O diretor da Fetranspor, João Augusto Monteiro, disse que a orientação aos empresários de ônibus era de funcionar normalmente. "Pedimos para que as empresas observassem o cotidiano, mas não amolecessem, que não recuassem", disse, apesar de admitir o receio dos donos das companhias de coletivos.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso. A partir de então, os ataques se multiplicaram.

Na segunda-feira, cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado. Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos, três detidos e três mortos.

Na quarta-feira, com o policiamento reforçado e as operações nas favelas, 15 pessoas morreram em confronto com os agentes de segurança, 31 foram presas e dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se feriram, no dia mais violento até então. Entre as vítimas dos confrontos, está uma adolescente de 14 anos, que morreu após ser baleada nas costas. Além disso, 15 carros, duas vans, sete ônibus e um caminhão foram queimados no Estado.

Ainda na quarta-feira, o governo do Estado transferiu oito presidiários do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Eles são acusados de liderar a onda de ataques. Outra medida para tentar conter a violência foi anunciada pelo Ministério da Defesa: o Rio terá o apoio logístico da Marinha para reforçar as ações de combate aos criminosos. Até quarta-feira, 23 pessoas foram mortas, 159 foram presas ou detidas e 37 veículos foram incendiados no Estado

Na quinta-feira, a polícia confirmou que nove pessoas morreram em confronto na favela de Jacaré, zona norte do Rio. Com isso, desde domingo, o número de mortos na onda de violência nas ruas do Rio de Janeiro e nas cidades da região Metropolitana chegou a 32. Durante o dia, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na maior operação desde o começo dos atentados. Os agentes contaram com o apoio de blindados fornecidos pela Marinha. Quinze pessoas foram presas ao longo do dia e 35 veículos, incendiados.

Durante a noite, 13 presidiários que estavam na Penitenciária de Segurança Máxima de Catanduvas, no Paraná, foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia. Entre eles, Marcinho VP e Elias Maluco, considerados, pelo setor de inteligência da Secretaria Estadual de Segurança, diretamente ligados aos atos de violência ocorridos nos últimos dias. Também à noite, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, assinou autorização para que 800 homens do Exército sejam enviados para garantir a proteção das áreas ocupadas pelas polícias. Além disso, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, anunciou que a Polícia Federal vai se integrar às operações.

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Fonte: O Dia
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