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Política

CE: Assembleia aprova repúdio a xenofobia de estudante na web

19 nov 2010 - 12h33
(atualizado às 12h43)
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Dahiana Araújo
Direto de Fortaleza

A Assembleia Legislativa do Ceará aprovou, nesta quinta-feira, um requerimento que considera a estudante de Direito Mayara Petruso uma "persona non grata" ao Estado e ao povo cearense. A estudante é autora de comentários ofensivos contra nordestinos por conta da vitória da presidente eleita Dilma Rousseff no fim do mês passado.

O requerimento, apresentado pelo deputado estadual João Ananias (PCdoB), foi aprovado por unanimidade no plenário da Casa. Desde o início deste mês, os parlamentares do Ceará levam o assunto à tribuna e criticam a estudante pelos comentários deixados por ela em redes sociais como o Twitter e Facebook.

Ao defender o seu requerimento, o deputado João Ananias afirmou que todas as pessoas têm o direito de externarem suas opiniões acerca de temas diversos, mas questionou as ofensas de Mayara Petruso aos nordestinos, qualificando como "xenofóbicas" e "preconceituosas" as palavras da estudante.

Ofensas, demissão e ação da OAB

Revoltada com a eleição de Dilma Rousseff, Mayara Petruso publicou em redes sociais comentários ofensivos contra nordestinos, que, segundo ela, teriam sido os responsáveis pela vitória da petista. "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!", dizia uma mensagem sua no Twitter que causou polêmica entre os usuários do site. A postagem foi seguida por uma série de manifestações de teor xenofóbico, bem como denúncias de agressões contra nordestinos.

O escritório Peixoto e Cury Advogados, em São Paulo, confirmou no dia 4 de novembro que Mayara Petruso não fazia mais parte de seu quadro de funcionários. O escritório divulgou uma nota de esclarecimento sobre a demissão de Mayara, onde lamenta pela opinião expressada pela estudante no Twitter. "Com muito pesar e indignação, (o escritório) lamenta a infeliz opinião pessoal emitida, em rede social, pela mesma (Mayara), da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis", dizia a nota.

A assessoria do escritório disse que Petruso foi demitida antes de ter publicado ofensas aos nordestinos, mas não divulgou a data em que ela deixou de fazer parte do quadro de funcionários. Segundo a assessoria, o motivo da demissão não será informado "por questões éticas".

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco protocolou um pedido inicial de notícia-crime contra Mayara Petruso no dia 3 de novembro. A ação foi encaminhada ao Ministério Público Federal, que vai analisar os fatos e determinar se a universitária responderá criminalmente pelos seus atos. Segundo a assessoria da entidade, as pessoas que apoiaram as declarações de Mayara poderão integrar o processo e, assim como ela, serem responsabilizadas pelas suas declarações.

Fonte: Especial para Terra
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