Dilma discute reajuste do Bolsa Família e inclusão de casais
- Claudia Andrade
- Direto de Brasília
Cerca de 750 mil famílias de baixa renda sem filhos, que atualmente não são atendidas pelo programa Bolsa Família, devem integrar o grupo de beneficiários no próximo governo. A afirmação é da ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, nesta quinta-feira, após reunião com a presidente eleita Dilma Rousseff (PT).
O encontro com a equipe de transição, realizado em Brasília e que contou com representantes da sociedade civil, foi o primeiro focado em um só tema, a erradicação da pobreza extrema, apontada como uma das prioridades de futuro governo.
De acordo com a ministra, as famílias sem filhos cogitadas para entrar no Bolsa Família têm renda per capta entre R$ 70 e R$ 140, linha de pobreza estabelecida pelo programa. "Essa é uma tendência, porque a própria presidente já apontou isso", disse a ministra.
No encontro, também foi discutido o reajuste do benefício. "Nosso objetivo é fazer com que a renda que chega às famílias seja capaz de manter o acesso aos direitos fundamentais, principalmente a alimentação", afirmou Márcia.
Márcia Lopes não quis confirmar que o próximo aumento será acima da inflação, como seria o avaliado pela equipe de transição. Disse apenas que há "vários cenários" estudados para serem apresentados a Dilma.
"Seguir reajustando o Bolsa Família faz parte da própria lei que criou o benefício e também é uma questão de coerência no sentido dos objetivos e da efetividade que nós buscamos no programa", disse a ministra.
Regionalização
Na reunião, também foi criado um fórum permanente de desenvolvimento social, que discutirá as políticas a serem adotadas ou melhoradas.
A presidente eleita também pediu dados sobre a diversidade do problema da pobreza no Brasil, para que seja dado um atendimento específico às famílias de acordo com suas necessidades. Dilma afirmou no encontro que a "herança bendita" do governo Lula tem um peso grande e que o desafio maior é "avançar" no combate à pobreza.