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Polícia

'Todos estão com medo', diz funcionária após ataque a pedagoga

12 nov 2010 - 12h10
(atualizado às 12h35)
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Demétrio Pereira
Direto de Porto Alegre

A agressão à pedagoga Jane Antunes, 56 anos, repercute entre estudantes e funcionários da escola técnica Factum, no centro de Porto Alegre. Dez pessoas já prestaram depoimento à polícia. As paredes envidraçadas das salas do 12º andar da escola permitiram que muitas testemunhas presenciassem o momento em que Rafael Ferreira, 25 anos, teria atacado Jane com uma cadeira, quebrando os dois pulsos da orientadora educacional. "Todos aqui estão com muito medo", disse uma funcionária, explicando por que não gostaria de ser identificada. A matrícula do aluno no curso técnico foi cancelada, e ele se apresentou à polícia na manhã desta sexta-feira.

Alunos e funcionários da escola preencheram um cartaz com mensagens de apoio à pedagoga agredida na terça-feira por um estudante.
Alunos e funcionários da escola preencheram um cartaz com mensagens de apoio à pedagoga agredida na terça-feira por um estudante.
Foto: Demétrio Pereira / Redação Terra

De acordo com funcionários da escola, o estudante do primeiro semestre de técnico de enfermagem havia se inconformado durante a correção de uma prova em que tirou C. Rafael tinha bom histórico, era aluno "conceito A", mas professoras entendiam que ele não respeitava a inteligência de mulheres. Após contestar seu conceito diante da professora, ele foi encaminhado para a orientadora e, depois de uma hora de conversa amena, teria informado a Jane: "eu gosto de ti, mas vou ter que te punir".

Testemunhas disseram que Rafael não deixou de agredir a orientadora educacional nem mesmo quando ela já estava desacordada, quando teria a acertado com socos e quebrado até seis dentes da pedagoga. "Ele teria matado ela se ninguém tivesse por perto", contou um dos funcionários que interveio e afastou Rafael de Jane. O rapaz conseguiu fugir e desceu os doze lances de escadas antes de ser detido na portaria por Claudiomar, segurança que também foi agredido.

Pedagoga recebe apoio de colegas e alunos

Os elevadores e o 12º andar da escola Factum não escondem a violência ocorrida na terça-feira. Uma nota da escola foi afixada nos elevadores, dizendo "sim à educação, não à violência". No andar onde Jane trabalhava, duas cartolinas compõem um cartaz já completamente preenchido por mensagens de funcionários e alunos que expressaram apoio e carinho à pedagoga.

A escola informou que este é o primeiro caso de violência dentro de suas dependências em 15 anos de atuação. Jane trabalha na Factum há mais de cinco anos. Entre as medidas que serão adotadas pela escola diante do caso está o reforço de campanhas internas de conscientização e solidariedade.

Fonte: Redação Terra
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