RJ: diretor de escola em que aluna seria abusada é exonerado
A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME) informou, através de nota oficial publicada na noite de quarta-feira, a exoneração do diretor da escola em Realengo, na Zona Oeste, onde estudava a adolescente que teria sido abusada sexualmente por uma professora de Matemática. Na nota, a SME também oferece assistência psicológica à aluna.
Celso Luiz dos Santos Gomes prestou depoimento ontem na 33ª DP (Realengo) e negou que tivesse conhecimento da relação entre a professora e a estudante, de 13 anos. Ele deverá ser indiciado por estupro de vulnerável e corrupção de menores - mesmas acusações pelas quais a educadora Cristiane Barreiras responde.
O delegado Ângelo Lages disse estar convencido de que o diretor sabia do fato. "Há fortes indícios de que ele sabia porque tentou remediar a situação depois das reclamações da mãe, até mudou a aluna e a professora de turma. O que ele escreveu na ata é evidente, mas ele procurou ocultar. Ele tinha o dever de zelar pela aluna, mas foi relapso e omisso", criticou Ângelo.
Mães de alunas teriam pedido transferência das filhas para outras escolas, mas a secretaria de Educação negou. A mãe de D. fez pelo menos sete reclamações na escola, desde junho, mas a sindicância sobre o caso só foi aberta em agosto. O dono e funcionários do motel onde houve o encontro devem depor amanhã.
Atas revelam acusações
Nas atas da escola, o diretor escreveu a mão que a mãe acusou a professora de tentar aliciar a jovem e denunciou que elas tinham um relacionamento atípico e que a educadora queria relação sentimental. Sobre essa última acusação, Celso disse ter entendido que elas tinham "relação do coração".
"Essa afirmação nos causou perplexidade. O que significa uma relação do coração? Ele se disse surpreso com a situação porque nunca houve nenhum comentário na escola, apesar de ter escrito em ata que a professora descumpriu ordem da direção para não se encontrar com a menina e que a aluna deveria ser transferida para não sofrer discriminação", contou o delegado.