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Polícia

Em nota, OAB-SP repudia 'rodeio de gordas' em jogos da Unesp

28 out 2010 - 09h16
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A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) divulgou na noite de quarta-feira nota de repúdio à agressão sofrida por estudantes da Universidade Estadual Paulista, durante uma competição chamada "rodeio de gordas", promovida por alunos do Campus de Assis (SP). O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, considerou "inominável" a atividade, ocorrida entre os dias 10 e 13 durante jogos universitários em Araraquara (SP).

O objetivo da ação - considerada uma "brincadeira" pelos organizadores - era agarrar mulheres, de preferência obesas, e tentar simular um rodeio, ficando o maior tempo possível sobre a colega. Segundo Roberto Negrini, responsável por uma comunidade no Orkut sobre o tema, mais de 50 rapazes de diversos campi da Unesp participavam. O estudante afirma que, primeiro, o jovem se aproximava da menina, como se estivesse paquerando-a. Em seguida, começava a agressão.

"Além de atentar contra a dignidade da pessoa humana, (o "rodeio de gordas") caracteriza ofensa que podem resultar em crime contra a honra, na modalidade de injúria, cujo mote é ferir o foro intimo de um indivíduo, ao tocar em um ponto que lhe traga sofrimento", afirmou o presidente da OAB-SP. "Essa agressão não pode ser tratada como um episódio inconsequente. Faz um simulacro do gado na arena de rodeio. Negou-se às alunas seu direito mais precioso : a dignidade da pessoa humana", afirmou .

"Esperamos que esse episódio lastimável, que trouxe sofrimento moral às suas vítimas, também sirva para punir seus promotores e criar novos valores de convivência dentro de uma das maiores universidades do país e em todos os demais campi", afirmou D'Urso.

Na comunidade do site de relacionamentos Orkut, os participantes estipulavam regras para futuras competições, como cronometrar as performances dos "peões" e premiar quem ficasse mais tempo em cima das garotas com um abadá e uma caneca. Com a repercussão, a página foi excluída do site de relacionamentos.

Em sua defesa, Negrini diz que não havia agressão e a garota poderia se soltar se quisesse. O relato de outros alunos é diferente - dizem que parte da "brincadeira" consistia em reagir às tentativas de soltura.

Em nota, a Diretoria da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, cujos alunos estariam envolvidos no episódio, afirmou que instaurou "processo disciplinar para que sejam tomadas as medidas cabíveis". De acordo com a instituição, "a medida será oficializada ainda nesta semana, com a colaboração da Assessoria Jurídica da Reitoria". Um protesto de alunos pedindo punição aos envolvidos está previsto para ocorrer às 14h desta quinta-feira no Campus de Assis.

Fonte: Redação Terra
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