MPF pede condenação de Protógenes por vazamentos na Satiagraha
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira à 7ª Vara Federal de São Paulo a condenação do delegado e deputado federal eleito Protógenes Queiroz (PCdoB). Para o MPF, o também delegado, quando esteve à frente da Operação Satiagraha, vazou por duas vezes informações para a Rede Globo e cometido também fraude processual.
A Operação Satiagraha, deflagrada em julho de 2008, resultou das investigações do mensalão e apurou desvio de verbas para paraísos fiscais. A Polícia Federal (PF) cumpriu 24 mandados de prisão e 56 ordens de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e em Brasília. Entre os presos estavam o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, que morreu de câncer em 2009, o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, e o investidor Naji Nahas. O grupo teria movimentado cerca de US$ 1,9 bilhão em paraísos fiscais, segundo as investigações.
De acordo com o MPF, o processo provou que o delegado Protógenes Queiroz e o escrivão Amadeu Bellomusto vazaram informações sigilosas do inquérito da Satiagraha ao convidarem os produtores da Globo Robinson Cerântula e William Santos a gravarem a ação.
Segundo depoimento de Bellomusto, a Polícia Federal não tinha os equipamentos necessários para a filmagem e, então, foi feito o contato com os produtores da Globo, que gravaram as imagens do encontro.
Ainda segundo o MPF, o delegado Protógenes deve ser condenado mais uma vez pelo mesmo delito, por ter avisado ao repórter César Tralli e ao produtor Cerântula, horas antes da deflagração da Satiagraha, que a operação aconteceria. Os jornalistas descobriram os endereços que permitiram que a Globo realizasse imagens exclusivas das prisões de Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, investigados pela operação.
Os procuradores afirmam que a edição retirou cenas que identificavam que Cerântula e Santos haviam feito a gravação.
O Terra tentou entrar em contato com Protógenes Queiroz, mas ele se encontrava em reunião até as 22h20.