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Contra superbactéria, Anvisa obriga álcool gel em hospitais

22 out 2010 - 18h55
(atualizado às 23h24)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

Até o fim do ano, todos os hospitais brasileiros, públicos ou privados, serão obrigados a disponibilizar álcool em gel ou líquido em todos os ambientes onde houver trato de pacientes, como ambulatórios, leitos e pronto-socorro. De acordo com o diretor-executivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, a norma com a regulamentação das novas regras deve ser aprovada ainda nesta sexta-feira pela direção da agência e será publicada no Diário Oficial da União na semana que vem. A medida foi tomada após o aumento dos casos de infectados pela superbactéria KPC no DF e o aparecimento em outros Estados.

Barbano afirmou que a norma é apenas uma "precaução". A Anvisa também estuda regulamentar a venda de antibióticos, que poderão ter a receita retida pelas farmácias no momento da venda, mas isso ainda não está definido pela agência.

Barbano minimizou os efeitos da superbactéria KPC, que já matou 18 pessoas em Brasília - segundo a Secretaria de Saúde do DF - e também foi notificada em hospitais de São Paulo, Paraná e Paraíba. Segundo ele, a superbactéria não é mais letal que as demais que causam as chamadas "infecções hospitalares".

"Não há nada de especial em relação à KPC. Existem outros quatro micro-organismos tão resistentes quanto ela. As infecções hospitalares são mais frequentes em pacientes mais debilitados, que estão há muito tempo nas unidades de terapia intensiva", disse.

Falha na notificação dos casos
De acordo com Barbano, apesar de as secretarias de saúde serem obrigadas desde 1998 a informar a Anvisa sobre os casos de infecção e mortes por infecções hospitalares, uma nota técnica reforçando essa necessidade será publicada na próxima semana. Por causa dessa subnotificação, os dados da Anvisa têm defasagem em relação aos dados das secretarias de saúde municipais.

Segundo o diretor-executivo da Anvisa, a agência não tem como penalizar as secretarias que não cumprem a norma. "Não é como outras doenças, como a hanseníase, que são de notificação obrigatória. No caso da hanseníase, se não houver notificação, não há envio de medicamentos para o tratamento da doença", disse. A Anvisa também estuda, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), elaborar um meio de notificação de casos pela internet.

Fonte: Redação Terra
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