Polícia reconstituirá blitz em que juiz foi baleado no Rio
A reconstituição da blitz em que o juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos e duas crianças foram baleados, na autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, deverá ser feita na próxima semana. O magistrado prestou depoimento, nesta quinta-feira.
Após 10 dias internado, o juiz trabalhista recebeu alta do Hospital Pasteur, no Méier, na segunda-feira. Ele está avaliando se vai processar o Estado pela ação desastrosa dos policiais que atiraram em seu carro, na noite do último dia 2 de outubro. No entanto, afirmou que só vai decidir o que fazer assim que seu filho e sua enteada receberem alta.
Em entrevista coletiva no hospital, Marcelo Alexandrino disse que não consegue perdoar os policiais que estavam na blitz por não conhecer a índole e os antecedentes deles. "O que mais quero são as crianças fora do hospital e poder reconstruir nossas vidas", disse o juiz. Ele também afirmou que deseja que os policiais falem a verdade.
O juiz afirmou que a imperícia dos policiais não foi provocada por falta de treinamento. "Se não se bate pelas costas, não se atira pelas costas. Isso não depende de treinamento", disse o juiz, que foi atingido ao tentar desviar da blitz, que pensou ser falsa.
Os agentes acusados de terem feito os disparos que acertaram o carro disseram, em entrevista ao Fantástico, que estão na Polícia Civil há dois meses e que nunca tiveram treinamento para blitz. Os policiais ainda afirmaram que tiveram treinamento de uma semana de abordagem e progressão, e uma semana para tiro, sendo apenas um dia para disparos de fuzil, com 50 tiros.
A diretora da Acadepol, Fabíola Willis, disse que os policiais receberam intenso treinamento de abordagem e que atirar é a última medida que um policial deve adotar.