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Polícia

Polícia detém envolvidos em pichação de obra na Bienal em SP

25 set 2010 - 19h19
(atualizado às 20h56)
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Ravi Santana
Direto de São Paulo

Os pichadores rasgaram a rede de proteção e picharam o interior da obra
Os pichadores rasgaram a rede de proteção e picharam o interior da obra
Foto: Ravi Santana / Especial para Terra

Duas pessoas suspeitas de envolvimento na pichação da maior obra da 29ª Bienal de Artes de São Paulo foram levadas pela polícia, após uma discussão com seguranças do evento, no começo da noite deste sábado. Dois dos envolvidos são pichadores que estavam expondo no local. Eles seriam ligados ao mesmo grupo que pichou uma obra da Bienal, em 2008.

O expositor Djan Ivson invadiu o trabalho de Nuno Ramos, o de maior destaque da edição, onde urubus foram presos. O pichador rasgou a rede de proteção e pichou o interior da obra com os dizeres: "Libertem os urubus", no entanto, não conseguiu libertar as aves.

Após o incidente, ele, Rafael Guedes Augustaitiz e sua namorada discutiram com os seguranças do local, até a chegada da polícia, que levou os envolvidos. Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 100 pessoas tentaram invadir a Bienal para libertar as aves expostas na obra Bandeira Branca. Segundo a polícia, os dois mais exaltados foram levados para o 78º Distrito Policial, no Jardim América.

Amigos dos pichadores disseram que eles já estavam planejando a invasão da obra. "Ele já veio ciente de que ia libertar os urubus, porque é a obra mais cara da Bienal e ele não concordava com isso", disse um dos amigos, que se identificou apenas como Pedro.

Neste sábado, um grupo de ativistas em defesa dos animais protestou contra a obra de Ramos. Vestidos de preto, os manifestantes exibiam cartazes pedindo liberdade aos urubus. O trabalho do artista paulistano fica no lugar mais nobre do Pavilhão Ciccillo Matarazzo - o vão entre as rampas, podendo ser visto dos três andares.

A obra intitulada Bandeira Branca exibe as aves presas como obras de arte vivas. O trabalho recebeu autorização do Ibama nesta semana. "Por que não colocam um animal empalhado aí?", disse a ativista vegana Rosane Guimarães, pouco antes de um segurança pedir que retirassem os cartazes amarrados na grade da obra. "São aves de rapina, eles estão estressados com as caixas de som desligadas, imagina quando ligarem. Deviam colocar um ser humano aí".

Outro caso

Essa não é a primeira vez uma obra é pichada no evento. Em outubro de 2008, Caroline Pivetta da Mota, 24 anos foi presa, após a pichação, durante a abertura da 28ª Bienal de Arte de São Paulo. Ela era a única mulher do grupo de, ao menos, 40 pessoas. Na ocasião, ela afirmou que "não queria estragar as obras, mesmo porque não tinha obra". Ela foi solta após o Tribunal de Justiça aceitar um pedido de habeas-corpus.

Ela ficou cerca de dois meses na Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo, mas foi solta depois de ter um habeas-corpus concedido pelo TJ-SP. Ela voltou a ser detida em janeiro, por suspeita de tentativa de furto. Caroline e outras duas jovens teriam furtado DVDs de uma loja de departamentos. Na ocasião, o habeas-corpus foi pedido à Justiça, e Caroline foi libertada.

Fonte: Especial para Terra
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