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Em debate no Terra, deputados culpam governo pelas queimadas

16 set 2010 - 10h56
(atualizado em 17/9/2010 às 16h39)
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Os focos de queimadas no País é um problema antigo e é resultado da falta de políticas ambientais. Essa é a opinião dos deputados federais Ricardo Tripoli (PSDB-SP) e Roberto Santiago (PV-SP), que debateram a questão ambiental no Brasil nesta quinta-feira no Terra. Para Tripoli, o governo federal não tem políticas públicas para enfrentar as consequências das mudanças climáticas e da seca. "O Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, avisa, com quase um ano de antecedência, que nós vamos ter estiagem, ou seja, que não teremos chuvas por um longo período. Aí você tinha que ter pronto um sistema para atender essa demanda. Tanto no que diz respeito à fiscalização quando no de debelar esse fogo que se espalha por todo o País", afirma.

Deputados defendem mais fiscalização para meio ambiente:

Segundo o deputado estadual Roberto Santiago, a falta de prevenção e de fiscalização não são os únicos problemas no combate às queimadas. "Além de ser precária, temos um problema sério com a questão da fiscalização ambiental: a corrupção".

Santiago pediu mais atenção ao avanço do desmatamento na Amazônia. "O Brasil tem os mapas que representam a diminuição do corte da floresta amazônica. Todo mês o governo coloca essa diminuição. Esse corte já é proibido", salienta.

Eles criticaram também uma a falta de rigor da fiscalização ambiental no interior do País na comparação com os grandes centros urbanos. De acordo com Santiago, "não há um município no interior de São Paulo que não tenha queimadas hoje. Se aqui em São Paulo a polícia pegar o passarinho dentro da casa do sujeito ele é preso, crime inafiançável." Porém, admitiram ser mais difícil encontrar e punir os responsáveis em áreas isoladas no interior.

Lixo

A questão do lixo, segundo os deputados, é um dos maiores descontroles do Brasil. "O segundo maior problema do País é o lixo. São Paulo produz 14 mil toneladas por dia de lixo", disse Santiago. "Dos 5,2 mil municípios do País, 4660 a 4,7 não tem a menor condição de construir aterro sanitário, pois não há recursos. A terceirização é cara. Não conseguem fazer. O transporte de lixo hoje no Brasil é mais caro do que a coleta de lixo. A lei de resíduos sólidos está aí e agora vão começar a se mexer".

Segundo os deputados, o Estado brasileiro só tem olhos para o agronegócio. Para eles, o que prejudica a produção agropecuária não é o código florestal, mas a falta de financiamento. De acordo com Tripoli, os grandes temas ambientais, a extinção dos animais a questão dos biomas, das florestas, tem sido uma grande preocupação de toda a comunidade e merecem maior atenção dos governos.

Tripoli salientou a importância não só de questões ligadas ao clima, mas também no que diz respeito a preservação da água. "se nós falarmos em água, nós temos 12% de água doce do planeta todo que está localizada no Brasil. A florestas tem um papel fundamental na vida do ser humano".

Resposta do ministério

Em nota, o diretor de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, disse que "não procede a afirmação de que não há ações do governo para combater as queimadas". Conforme ele, a pasta investiu mais de R$ 30 milhões no combate a incêndios em todo o País, priorizando áreas consideradas protegidas, e disponibilizou recentemente mais R$ 20 milhões.

"Apenas nas áreas consideradas mais críticas, estão em campo mais de 820 brigadistas, corpo de bombeiros, policiais, etc. Noutras frentes, foram contratados mais de 3 mil brigadistas pelo ICMBio e o IBAMA. É fundamental controlar o fogo para que não se alastre, uma vez que, em 2010, a estiagem vem ocorrendo atipicamente", afirmou. "Contudo, se há incêndio é porque alguém o acionou. No caso das UCs e Terras Indígenas estão sendo feitas perícias para identificar os responsáveis e aplicar o que a Lei de Crimes Ambientais determina", disse.

Fonte: Redação Terra
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