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Incor: CO cai 50% em bares do Rio após lei antifumo

27 ago 2010 - 19h41
(atualizado às 20h03)
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Três meses após a lei antifumo entrar em vigor no Rio de Janeiro, a concentração de monóxido de carbono (CO) caiu cerca de 50% em bares, casas noturnas e restaurantes do Estado, segundo a pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (Incor), realizada em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio e a Defesa Civil fluminense. A substância é um dos principais componentes da fumaça do cigarro.

Na média, houve queda de 1.4 ppm (partes por milhão) na concentração do gás nos 146 estabelecimentos estudados, depois da implantação da lei. Em alguns estabelecimentos, como em bares, as medições caíram de 5 ppm para 1 ppm, nível muito próximo do encontrado em áreas livres da cidade (menos de 1ppm), conforme o Incor.

"Essa mudança equivale a sair de um período de horas parado em um túnel congestionado de carros, numa capital poluída como São Paulo, para o ar respirado em um parque arborizado", disse Jaqueline Scholz Issa, cardiologista e coordenadora da pesquisa. A lei estadual 5517/09, conhecida como Rio sem Fumo, foi sancionada em agosto de 2009.

Para o estudo, foram feitas duas medições de concentração de CO. O primeiro registro aconteceu logo antes da implantação da lei, em novembro de 2009, e o segundo, 12 semanas depois, em fevereiro de 2010.

Segundo o levantamento, em áreas fechadas, a concentração de CO foi de 2.60 ppm, antes da lei, e de 1.12 ppm, depois de três meses da proibição do fumo nesses locais. Nas parcialmente fechadas, a concentração foi 2.74 ppm para 1.3 ppm. Em áreas abertas, o nível foi de 2.61 ppm para 1.14 ppm. De acordo com os dados, a redução da poluição do ar foi de 56,9%, 52,6% e 56,3%, respectivamente.

Comparação com São Paulo

A redução porcentual da poluição pelo CO nos estabelecimentos do Rio foi um pouco menor que aquela obtida em São Paulo (70%), segundo a pesquisadora do Incor. "Possivelmente isso se deve ao fato de que, já na primeira medição no Rio, vários estabelecimentos, principalmente os restaurantes, já estavam adaptados à condição de ambiente livre detabaco, em função da lei municipal de 2008", disse.

Nos países em que a lei de ambiente livre de tabaco vigora há mais tempo,houve redução de 10% a 30% no número de mortes e internações porproblemas cardiovasculares. Esse é o resultado que a equipe de pesquisadoresespera encontrar também no Rio de Janeiro e em São Paulo, nasegunda fase dos estudos em andamento nesses Estados.

Efeitos no CO organismo

No organismo humano, conforme o Incor, o monóxido de carbono "concorre" com o oxigênio, o que significa menor oxigenação do sangue, células e tecidos e, consequentemente, maior oxidação no organismo. Aos poucos, essa condição acelera o envelhecimento das células dos vasos e artérias. Surgem inflamações e obstruções dessas vias de passagem do sangue. Esse processo de envelhecimento acelerado dos vasos é conhecido como aterosclerose e suaevolução leva à ocorrência de infarto do miocárdio e de acidente vascularcerebral, além de trombose em membros diversos.

Fonte: Redação Terra
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