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Polícia

Caso Rafael: PM sugeriu mentir que placa foi clonada

19 ago 2010 - 03h56
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Em depoimento à PM, Guilherme Bussamra, irmão do atropelador de Rafael Mascarenhas, contou que o sargento Marcelo Leal de Souza Martins, indiciado há dois dias por corrupção passiva no Inquérito Policial Militar (IPM), sugeriu a ele e ao pai que negassem envolvimento do irmão no acidente que há 30 dias matou o filho da atriz Cissa Guimarães. O policial teria recomendado que os Bussamra afirmassem que a placa do carro fora clonada.

Já Roberto Bussamra revelou à Corregedoria como teria sido pressionado a pagar propina aos dois policiais do 23º BPM (Leblon). Entre as 9h e 10h de 20 de julho, teria recebido quatro ligações do sargento Leal cobrando R$ 10 mil que o policial teria exigido em sinal de "agradecimento" por não ter registrado o caso como atropelamento. Quando sacava R$ 6 mil numa agência bancária na Praça Mauá, Roberto teria recebido outras ligações do sargento, que já estaria nas imediações aguardando o dinheiro.

Prazo termina hoje

Termina nesta quinta-feira o prazo para que a delegada da 15ª DP (Gávea), Bárbara Lomba, conclua o inquérito sobre a morte de Rafael, na madrugada de 20 de julho, no Túnel Acústico, na Gávea, quando o rapaz andava de skate com amigos. Até a tarde de quarta-feira, Bárbara não descartava pedir prorrogação da análise, pois não havia decidido se o atropelador será indiciado por homicídio culposo ou doloso (com intenção). Rafael, o pai dele e o irmão podem ser indiciados ainda por corrupção ativa, cuja pena vai de 2 a 8 anos de prisão.

Leal e o cabo Marcelo Bigon, também acusado de corrupção passiva no caso, estão presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, desde o dia 28. Ambos responderão no Conselho de Disciplina da PM por corrupção passiva, descumprimento de missão e falsidade ideológica.

Na quarta-feira, a defesa de Bigon entregou informações solicitadas pela Justiça, que vai analisar se concede ou não habeas corpus em favor de Bigon. Já o advogado de Leal, Ekner Maia, não pedirá agora a liberdade do cliente. "Com o pai do atropelador dando declarações de que se sente ameaçado, se ele (Roberto) cair na rua ou acontecer alguma coisa, vão logo botar a culpa no meu cliente", argumentou o advogado.

Entenda o caso

Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho da atriz Cissa Guimarães, foi atropelado na madrugada do dia 20, no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul, por Rafael Bussamra que estaria disputando um pega dentro da via. Mascarenhas andava de skate no túnel que estava fechado, quando foi atingido pelo carro. O motorista fugiu sem prestar socorro ao músico.

Em depoimento na delegacia, o jovem de 25 anos afirmou que dirigia a 90km/h. Já o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli mostrou que o veículo estava a aproximadamente a 100 km/h, no momento do acidente. O documento do ICCE também mostra que se o carro de Bussamra trafegasse a uma velocidade inferior a 60km/h, as avarias na lataria do veículo teriam sido evitadas.

Fonte: O Dia
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