Lula: Brasil concederia asilo a iraniana condenada à morte
- Claudio Leal
- Direto de Curitiba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que o Brasil estaria disposto a receber uma mulher iraniana condenada a morte por apedrejamento, após cometer adultério. "Se vale minha amizade e carinho que tenho por (Mahmoud) Ahmadinejad, se essa mulher está causando um incômodo, nós a receberíamos no Brasil", disse Lula durante um comício em Curitiba da candidata do PT à Presidência, Dilma Roussef.
A punição a Sakineh Mohammadi Ashtiani, que está presa, provocou protestos internacionais - inclusive uma campanha na rede social de microblog twitter, onde usuários pediam ao presidente brasileiro para interferir no caso. No entanto, Lula havia afirmado na última quarta-feira que manteria distância da polêmcia.
Durante o ato político, o presidente delegou a missão a Dilma. "Quando ela for eleita, vai telefonar (para o presidente do Irã) e dizer: companheiro Ahmadinejad, meu companheiro Lula pediu que você não fizesse isso". Antes, Lula havia defendido o diálogo com o Irã e se referiu ao acordo nuclear mediado pelo Brasil e pela Turquia, com o aval de Barack Obama.
"O presidente quis dizer que, de um modo simbólico, como mulher, eu podia ligar e pedir isso. (...) "O presidente quer estabelecer o diálogo (com o Irã), por isso oferecemos a ela abrigo", afirmou a candidata Dilma.
Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana de 43 anos e mãe de dois filhos, foi condenada inicialmente a receber 99 chicotadas. Depois de receber essa punição, sua pena foi transformada em morte por apedrejamento. Em 11 de julho, a Justiça iraniana suspendeu temporariamente a condenação.