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Polícia

Brasileira morta na Itália pode ser vítima de tráfico humano

28 jul 2010 - 10h01
(atualizado às 10h34)
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Leandro Demori
Direto de Roma

A brasileira Veronica Crosati, encontrada morta na última terça-feira em um apartamento em Milão, pode ter sido vítima de uma gigantesca rede de tráfico humano que supriria cerca de 50% do mercado de prostituição "caseira" na metrópole italiana. A denúncia foi feita por Valerio Pedroni, da associação de voluntários Segnavia, e publicada nesta quarta-feira pelo jornal Corriere della Sera.

Pedroni garante que havia entrado em contato com Veronica, prostituta de 45 anos, assasinada a facadas, cujo corpo fora encontrado cerca de 10 dias após o homicídio graças a denúncias de vizinhos, incomodados com o cheiro que exalava do apartamento na via Salvioni, nº 6.

Veronica, conforme Pedroni, havia sido contatada por meio de um site que oferece serviços de acompanhantes em Milão. "Ela caiu na rede brasileira que gere metade da prostituição doméstica na cidade", declarou ao Corriere. A rede geriria diversas meninas e apartamentos em Milão para fugir das ruas, cada vez mais perigosas pela violência e batidas policiais que podem levar à deportação.

As prostitutas seriam recrutadas diretamente no Brasil pelos operadores do esquema ilegal. Chegariam à Itália com dívidas de cerca de 15 mil euros. Como seriam, em sua maioria, pobres e provindas de favelas de São Paulo, da Bahia e de Minas Gerais, precisariam pagar as despesas arbitrárias definidas pela organização criminosa prostituindo-se. Ainda segundo Valerio Pedroni, cabe a uma "cafetina" local gerir os encontros e o cotidiano das meninas.

A cadeia ilegal de tráfico de mulheres seria gerida por dezenas de pessoas, entre responsáveis por alugar os apartamentos, agendar encontros via web ou procurar novas meninas no Brasil. A prostituição "caseira" é um fenômeno relativamente recente na Itália, que cresce de forma consistente e de difícil controle.

Fonte: Especial para Terra
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