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Política

'Economist': Brasil é grande fonte de ajuda a países pobres

15 jul 2010 - 19h37
(atualizado às 20h29)
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Uma reportagem publicada nesta quinta-feira na edição online da revista britânica The Economist destaca as ações do governo brasileiro na ajuda a países pobres e diz que "sem atrair muita atenção", o País se torna "rapidamente" uma das maiores fontes de ajuda a países pobres.

A publicação cita uma iniciativa baseada no programa Bolsa Família e colocada em prática no Haiti, depois do terremoto que deixou milhares de mortos no início do ano. Com financiamento do Brasil, uma cooperativa incentiva mães a levarem seus filhos à escola em troca de refeições. Outro projeto, em Mali, criou um campo experimental de algodão, com recursos da Embrapa. Já em Angola, a Odebrecht constroi parte do sistema de abastecimento e já é uma das maiores empreiteiras na África.

De acordo com a revista, esse "esforço de ajuda" tem grandes implicações. A assistência à África ajuda o Brasil a competir com China e Índia pela influência no mundo em desenvolvimento e apoia o governo brasileiro no objetivo de conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Além disso, aponta a reportagem, "a ajuda faz sentido comercial". "O Brasil é o mais eficiente produtor mundial de etanol, e quer criar um mercado global de combustível verde. Mas não pode fazer isso se foi o único real fornecedor do mundo. Disseminar a tecnologia do etanol para os países pobres cria novos fornecedores, aumenta as chances de um mercado global e gera negócios para empresas brasileiras", disse a revista.

Recursos
A revista destaca ainda que o orçamento da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que presta assistência técnica, é de apenas R$ 52 milhões. Mas estudos do Instituto de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido e do Centro de Pesquisa em Desenvolvimento Internacional do Canadá apontam que outras instituições brasileiras gastam 15 vezes mais do que o orçamento da ABC em seus próprios programas de assistência.

A contribuição anual do Brasil à Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é de R$ 35 milhões a R$ 44 milhões, mas as mercadorias e serviços que oferece, acredita a chefia do PNUD no Brasil, é de mais de R$ 170 milhões.

Somando-se outras ajudas, o montante doado pelo País chega a quase R$ 7 bilhões por ano. "Isso é menos do que a China, mas semelhante a 'doadores generosos' como a Suécia e Canadá, e, ao contrário deles, as contribuições do Brasil estão subindo", aponta a revista.

Problemas internos

A reportagem cita o fato de que o País ainda recebe ajuda internacional e isso pode atrapalhar na distinção atual entre doadores e receptores, contrariando o tradicional sistema de auxílio "de cima para baixo".

A publicação aponta, no entanto, que muito precisa mudar antes de o Brasil ocupar o lugar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aspira no cenário mundial. "O País ainda tem grandes bolsões de pobreza do terceiro mundo, e o envio de dinheiro para o exterior pode ser controverso", diz a revista.

Fonte: Redação Terra
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