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Polícia

Lula: todos sabem que palmatória não educa mais que conversa

14 jul 2010 - 09h34
(atualizado às 11h57)
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Tatiana Damasceno
Direto de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou nesta quarta-feira mensagem do projeto de lei que prevê a proibição de palmadas aplicadas em crianças e adolescentes. Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fala em "maus tratos", mas não especifica os castigos físicos que não podem ser aplicados pelos responsáveis pelos menores.

No discurso de assinatura, divulgado pela Agência Brasil, Lula defendeu a conversa no lugar dos castigos físicos. "Todo mundo sabe que o tempo da palmatória não educava mais do que o tempo da conversa", afirmou. Ele reconheceu que a lei deve causar polêmica. "Vão dizer, estão querendo impedir que a mãe pegue uma chinelinha e dê um tapinha na criança, ninguém quer proibir a mãe de ser mãe, queremos apenas dizer: é possível fazer as coisas de forma diferenciada".

Com o projeto, que será encaminhado ao Congresso Nacional, o governo diz querer acabar com a banalização da violência dentro de casa, de onde sai boa parte das denúncias. A proposta traz as mesmas penas já previstas no ECA para os pais. No caso das palmadas, as medidas vão desde o encaminhamento a programas de proteção à família e tratamento psicológico, advertência e até perda da guarda.

De acordo com o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos, a ideia não é punir os pais, mas evitar castigos corporais. "Aproveitamos para deixar claro que o que nos move não é o beliscão e a palmadinha. O que nós estamos falando aqui é de Isabela Nardoni, de uma criança espancada por uma procuradora", disse.

O presidente Lula questionou a eficácia do castigo físico na educação das crianças. "Eu nunca bati nos meus filhos, acho que não é necessário bater. O pecado que a gente tem é nunca ter tempo para conversar com nossos filhos", disse Lula.

Fonte: Redação Terra
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