PUBLICIDADE

Polícia

Polícia considera goleiro Bruno e Macarrão foragidos

7 jul 2010 - 09h02
(atualizado às 12h22)
Compartilhar
Ney Rubens
Direto de Belo Horizonte

O delegado-chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, disse nesta manhã que o goleiro do Flamengo, Bruno Souza, e o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, já são considerados foragidos pela polícia. "O cerco montado hoje pela manhã por policiais nossos e do Rio de Janeiro não os pegou. As delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos estão no Rio com esse intuito", disse o delegado.

A Justiça de Contagem (MG) expediu nesta quarta-feira sete mandados de prisão contra os suspeitos pelo desaparecimento da estudante Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Segundo Moreira, a prisão temporária tem validade de 30 dias, prorrogável por mais 30.

Segundo fontes da polícia, já foram presos a mulher de Bruno, Dayanne Souza, Wemerson Marques de Souza (Coxinha), Elenílson Victor e Flávio Caetano de Araújo (Flavinho).

Moreira disse que as prisões de Bruno, de Macarrão e da mulher do goleiro, Dayanne Souza, foram solicitadas pelo promotor Gustavo Fantini à Justiça de Contagem (MG) e concedidas pela juíza Marixa Fabiane porque os suspeitos estariam dificultando as investigações. "Tendo em vista que o primeiro suspeito queria plantar provas, inclusive o menor querendo a autoria, com provas não compatíveis com as investigações, e para garantir que mais provas não sumissem ou fossem apagadas, solicitamos a prisão temporária deles", disse, referindo-se ao depoimento do adolescente J., 17 anos, que afirmou em depoimento ter agredido a estudante Eliza Samudio.

"O que é mais estranho é que quando eu estou em conversa com os advogados do Bruno, quando os intimo, esse menor aparece. Claro que o menor teve participação, mas não do jeito que foi falado", disse o delegado. "Os investigadores têm total domínio sobre tudo que aconteceu, e os detalhes (ditos pelo menor) não são coerentes", afirmou.

O caso
Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade.

Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. A atual mulher do goleiro, Dayane Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayane Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.

O goleiro do Flamengo e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa MG
Delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa MG
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade