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Polícia

Brasileiros dizem que foram mantidos em cárcere privado na Turquia

9 jun 2010 - 23h38
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Um grupo musical de dez brasileiros, acusados de matar um empresário turco, afirma que foi enganado e mantido em cárcere privado em uma fazenda na Turquia. Eles estão sob a guarda do consulado brasileiro no país e teriam sido vítimas de uma rede de tráfico internacional de seres humanos.

A Companhia Gafieira Brasil, que difunde a cultura afro-brasileira, deixou o Brasil há 41 dias. Eles dizem que foram presos e ameaçados de morte pelo empresário turco Öner Bayran, que os contratou para uma temporada de seis meses de shows em Istambul e outras cidades turcas.

Segundo o grupo, o empresário teria prometido um cachê de US$ 10 mil (R$ 18 mil) por mês, além de hospedagem e três refeições diárias. No entanto, após não receber o dinheiro, o dono da companhia, Paulo Franco, 28 anos, acreditou ter sido vítima de uma rede internacional de tráfico de seres humanos.

Paulo relatou em emails enviados à mãe, a artista plástica Sheila Franco, que foi ameaçado e agredido pelo empresário. De acordo com ele, o grupo foi alojado em condições sub-humanas em um hotel fazenda abandonado, em Bodrun, chegando a passar fome.

Eles não conseguiram o visto de trabalho, porque o empresário os manteve no país como turistas. Os brasileiros ficaram detidos por oito horas em uma delegacia de Bodrun, sob ameaça de terem os passaportes confiscados e serem deportados.

Sheila, que é membro da membro da Comissão Jurídica de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), recorreu ao advogado Carlos Nicodemos, que acionou o Consulado do Brasil na Turquia para conseguir a liberação do grupo. "Não conto as horas, conto os segundos para ter meu filho de volta", afirmou.

O grupo está sob proteção do consulado. Segundo Michael Gepp, cônsul-geral do Brasil na Turquia, os artistas foram vítimas de uma rede internacional de tráfico de seres humanos, drogas, armas e lavagem de dinheiro, que possui ramificações no Rio de Janeiro e São Paulo. "Outros brasileiros já caíram nessa armadilha", disse, afirmando que Bayran tem passagens pela polícia e é investigado pela Interpol.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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