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Manifestantes 'lavam' TRE-MT contra suposta venda de sentença

1 jun 2010 - 20h59
(atualizado às 23h03)
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Juliana Michaela
Direto de Cuiabá

Um protesto reuniu 400 pessoas, entre servidores do Judiciário e membros de organizações não-governamentais (ONGs), nesta terça-feira em frente ao Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso (TRE-MT). A lavagem simbólica se deve às denúncias de vendas de sentenças pela corte eleitoral e pelo Tribunal de Justiça do Estado. Porém, o presidente do TRE, Evandro Stábile, não estava. Hoje, ele entrou em férias.

Servidores lavaram a calçada do TRE-MT para pedir afastamento de suspeitos de envolvimento na venda de sentenças
Servidores lavaram a calçada do TRE-MT para pedir afastamento de suspeitos de envolvimento na venda de sentenças
Foto: Juliana Michaela / Especial para Terra

Segundo a assessoria de imprensa do TRE-MT, o pedido foi protocolado ontem no Tribunal de Justiça do Estado e o magistrado será substituído pelo desembargador Rui Ramos.

Os servidores que participaram da manifestação são vinculados ao Judiciário federal e à Justiça estadual. Eles tiveram apoio do Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania (Moral) e Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Segundo o presidente da Moral, Ademar Adams, Stábile e o juiz Eduardo Jacob foram apontados pela Polícia Federal na Operação Asafe como suspeitos de envolvimento na venda de sentenças.

A PF realizou a ação no dia 18 de maio para combater supostas práticas de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Na época, foram presas nove pessoas, na maioria advogados. Além das prisões, vários juízes e desembargadores foram ouvidos pela polícia.

"Nós ficamos sabendo agora que o presidente do TRE-MT pediu férias. A manifestação é para derrubar essa administração do Tribunal Eleitoral que tem denúncias de venda de sentenças. A própria Polícia Federal filmou e fotografou o presidente da instituição em uma negociação num lugar suspeito", disse. O analista judiciário do TRE-MT Breno Gaspareto afirmou que os servidores do Tribunal realizaram ontem uma assembleia geral e votaram pelo afastamento dos magistrados suspeitos.

O TRE-MT emitiu uma nota à imprensa informando que a auditoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não apontou irregularidades na distribuição de processos no período de 1 de janeiro de 2007 a 30 de abril de 2010. Ainda de acordo com o comunicado, a auditoria ocorreu por solicitação do presidente do TRE-MT após as denúncias veiculadas na imprensa de que estariam ocorrendo irregularidades na distribuição dos processos aos relatores.

Fonte: Especial para Terra
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