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Oriente Médio

Após acordo com Irã, premiê turco chega hoje ao Brasil

26 mai 2010 - 08h32
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O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyiq Erdogan, um dos principais negociadores do acordo nuclear do Irã, chega nesta quarta-feira a São Paulo para uma visita que vai até domingo no Brasil. Erdogan desembarca no Brasil no momento em que a comunidade internacional avalia o acordo e o governo dos Estados Unidos pressiona o Conselho de Segurança das Nações Unidas a aprovar sanções econômicas contra o Irã.

Ao chegar a São Paulo, Erdogan tem encontro com a comunidade turca e visitará a Embraer, fabricante de aviões. Entre um compromisso e outro, ele almoça com o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab, e janta com empresários. Só no começo da manhã de sexta-feira ele viaja a Brasília, onde tem uma série de compromissos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Oficialmente, Erdogan veio ao Brasil para participar do 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, realizado de 27 a 29 de maio, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O objetivo do fórum é discutir o tratamento discriminatório a muçulmanos e latinos nos países desenvolvidos, além da buscar de um acordo de paz que encerre o impasse entre palestinos e israelenses.

No entanto, o tema que deverá dominar as discussões é a negociação em torno do acordo sobre a troca do urânio iraniano. Na semana passada, Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia - que têm lugares permanentes no Conselho de Segurança da ONU - apoiaram o esboço apresentado pelos americanos para uma nova série de sanções contra o Irã.

Em outubro de 2009, foi proposto pela primeira vez um acordo envolvendo a troca de urânio do Irã. A proposta contou com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e do Grupo de Viena (Estados Unidos, França e Rússia), mas o acordo não foi adiante.

Em Teerã, no dia 17, Brasil e Turquia intermediaram o fechamento de um novo acordo com bases semelhantes ao anterior. Pela proposta, o Irã envia 1,2 mil kg de urânio levemente enriquecimento (3,5%) para a Turquia e, em troca, recebe o produto com grau maior de enriquecimento (20%).

Os Estados Unidos, porém, reiteram que há suspeitas da produção de armas atômicas no programa nuclear desenvolvido no Irã. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega as acusações. Lula e Erdogan defendem a busca do diálogo antes da adoção de sanções.

Agência Brasil Agência Brasil
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