Enterrado no Rio homem morto pelo Bope por carregar furadeira
- Daniel Gonçalves
- Direto do Rio de Janeiro
O corpo do supervisor de loja Hélio Barreira Ribeiro, 47 anos, foi enterrado às 15h15, nesta quinta-feira, no cemitério do Caju, zona norte do Rio de Janeiro. Ele morreu ontem após ser baleado por um policial do batalhão de operações especiais (Bope) quando estava no terraço de sua casa em uma vila no bairro do Andaraí. O PM teria confundido uma furadeira que estava na mão da vítima com uma submetralhadora.
Parentes informaram que ainda não foram contatados pelo governo do Estado, que afirmou estar estudando o pagamento de indenização ou pensão aos familiares.
A presidente da Associação de Moradores Amigos do Andaraí, Daniela Alves, afirmou que a população está indignada com a postura da Polícia. "Já requisitamos diversas vezes reuniões com as lideranças do Bope para discutirmos uma mudança na postura das operações. Eles revistam mulheres, crianças e idosos e entram na comunidade com violência".
A moradora Claudia Maria da Costa alega que dois jovens teriam sido executados na operação de ontem. A Polícia Militar informou que ambos eram criminosos e que foram mortos pois teriam reagido. Os moradores negam o fato e dizem que eles já estavam algemados quando morreram.
O cabo Leonardo Albarello, que efetuou os disparos contra Hélio, alegou que pediu à vítima que largasse o que estava carregando e que atirou depois que ele fez um gesto brusco. O PM foi indiciado por homicídio doloso.
Hélio Barreira deixou mulher e dois filhos, de 18 e 23 anos.