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Polícia expulsa índios de fazenda de ex-governador em MS

18 mai 2010 - 05h21
(atualizado às 12h53)
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Celso Bejarano
Direto do Mato Grosso do Sul

Pelo menos 1 mil índios terena foram expulsos da fazenda Petrópolis, em Miranda (MS), pertencente à família do engenheiro Pedro Pedrossian, 81, ex-governador de Mato Grosso do Sul. A ação do despejo, realizada na tarde desta segunda-feira, envolveu cerca de 120 policiais militares e federais. Para tirar os índios que ocupavam a área desde outubro passado, a força militar usou cães, bombas de efeito moral, balas de borracha e escudos.

Os policiais negociaram a retirada dos índios da manhã até o fim da tarde de ontem. Por volta das 16h, a força avançou sobre os manifestantes, alguns a cavalo. Os terena, crianças entre as quais, correram por meio de um milharal que já cultivavam na fazenda. Lideres indígenas disseram que dois índios, um deles um garoto de seis anos de idade, se feriram sem gravidade.

A disputa pela fazenda de 1,9 mil hectares, envolvendo o ex-governador e os índios terena, já dura quase três décadas. Os índios insistem que a área é uma extensão da aldeia cachoeirinha, habitada por cerca de 7 mil terena, vizinha da fazenda.

O despejo havia sido determinado por meio de liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no dia 7 deste mês. O dono da área propôs pagar R$ 10 mil por uma plantação de milho, lavoura que os índios tocavam desde que ocuparam a área, no dia 22 de outubro passado. Os terena não concordaram com o combinado e o dinheiro foi depositado numa conta judicial.

Barracos montados na fazenda foram derrubados e os índios disseram que seguiriam até uma área próxima, onde definiriam o que fazer. Eles avisaram que insistirão pela área.

Um grupo de técnicos da Funai (Fundação Nacional dos Índios) iria fazer uma pesquisa na área, meio de apurar a versão dos índios, que garantem que o local pertencem a eles. Contudo, decisão do STF anunciada em março passado impediu o levantamento.

Fonte: Especial para Terra
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