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Polícia

Polícia prendeu e soltou procuradora acusada de agredir menor

6 mai 2010 - 12h51
(atualizado às 13h10)
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A procuradora aposentada Vera Lúcia Gomes, acusada de torturar a menina de 2 anos que pretendia adotar e considerada foragida da Justiça, chegou a ser detida pela Polícia Civil em Búzios, na manhã de quarta-feira. Policiais da 127ª Delegacia de Polícia (DP) acreditavam que um mandado de prisão tinha sido expedido, foram à casa da procuradora e a conduziram à DP.

Sem mandado, delegado teve de liberar Vera Lúcia
Sem mandado, delegado teve de liberar Vera Lúcia
Foto: Amadeu Bocatios / Futura Press

No entanto, a alteração temporária do processo para um caso de violência doméstica, feita pelo juiz Roberto Câmara Lacé Brandão, tornou inválido o documento que os oficiais tinham em mãos, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil. Dessa forma, o delegado responsável liberou Vera Lúcia.

No mesmo dia, o juiz Guilherme Fchilling Pollo Duarte, da 32 ª Vara Criminal de Justiça do Rio, devolveu o caso à esfera criminal e decretou a prisão da procuradora. O advogado de Vera Lúcia, Jair Leite Pereira, afirmou que pretende entrar com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), na tarde desta quinta-feira e que apenas um desembargador poderia ter alterado a decisão de Brandão.

Depois de dois abandonos, a esperança de ter um lar

Apesar de ter apenas 2 anos, a vida de T. nunca foi fácil. Abandonada duas vezes pela mãe biológica, a menina morou em abrigos quase todo o seu tempo de vida e há dois meses passou a receber as visitas da procuradora, depois de autorização da Justiça. Carinhosa, T. rapidamente se afeiçoou a Vera Lúcia, a quem já chamava de mãe. O novo lar confortável e a nova mãe pareciam ser perfeitos.

Para conseguir a guarda provisória de menina, a procuradora passou por um rigoroso e longo processo. Durante um ano, ela participou de reuniões mensais com membros do Conselho Tutelar e profissionais da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, passou por avaliação psicológica e por uma pesquisa social até, finalmente, obter a habilitação para adoção, quando o juiz autoriza o candidato a ter visitas com a criança.

"Ela passou por todas as etapas e foi considerada apta. O que aconteceu foi um choque para todos. O processo de adoção tem que ser por amor e não por ver a criança como uma mercadoria que você pega da prateleira para experimentar. Mais de 90% dos casos são bem sucedidos. O pior desse caso é que tinha um casal também habilitado e muito interessado pela menina", disse a magistrada Ivone Ferreira Caetano. Há na vara 800 pessoas inscritas para adotar uma criança.

Fonte: Redação Terra
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