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Polícia

Réus faltam a julgamento da morte de cacique guarani em SP

3 mai 2010 - 14h39
(atualizado às 16h27)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Foi instaurado no final da manhã desta segunda-feira, na Justiça Federal de São Paulo, o processo do assassinato do índio Guarani-Kaiowá Marcos Veron, morto em janeiro de 2003 na localidade de Juti, Mato Grosso do Sul. Segundo a Justiça Federal, os três acusados pela morte faltaram ao julgamento.

O processo foi transferido para a Justiça Federal de São Paulo após pedido do Ministério Público Federal, que alegou não haver como garantir a isenção do julgamento no Mato Grosso do Sul pelo suposto poder econômico e político do proprietário da fazenda Brasília do Sul, para quem os réus trabalham.

O julgamento foi suspenso por esta tarde e será retomado na terça-feira. O advogado Josephino Ujacow, que defendde Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde, garantiu a presença deles nesta terça-feira na Justiça Federal.

Segundo ele, os réus não compareceram ao julgamento por falta de recursos financeiros para custear a viagem a São Paulo. Diante deste argumento, a juíza determinou que a Justiça Federal bancasse o traslado. Eles devem partir de Dourados (MS) às 17h30, em um voo comercial. O atraso, segundo o advogado, não prejudica o andamento do processo.

O crime ocorreu em janeiro de 2003. Veron teria sido morto pelos seguranças da Fazenda Brasília do Sul durante uma série de ataques para expulsar o grupo de índios que estava acampado no local. Os indígenas reivindicam a área como Terra Takuara.

Devido ao destaque do líder indígena, que já representou a sua comunidade em eventos internacionais, o caso ganhou notoriedade e é acompanhado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e por organizações não-governamentais (ONGs) ligadas aos direitos humanos.

Para Ujacow, o destaque dado ao julgamento é "uma manifestação favorável aos índios, como se tivesse havido uma tragédia imensurável". Segundo ele, os homicídios entre os Guarani-Kaiowá são "corriqueiros na região de Dourados (MS)" e o assassinato do cacique teria sido obra de outro membro da comunidade, durante uma discussão interna.

Fonte: Redação Terra
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