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Política

Datafolha desqualifica pesquisa Sensus, diz porta-voz de Serra

17 abr 2010 - 13h12
(atualizado em 21/4/2010 às 14h40)
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Marcela Rocha

Em entrevista ao Terra, o líder do PSDB na Câmara e recém indicado a porta-voz do pré-candidato José Serra, João Almeida (BA), falou sobre o resultado da pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta sábado, que aponta José Serra (PSDB) com 38% e Dilma com 28% das intenções de voto para presidente da República. "Essa pesquisa desqualifica de uma vez o Sensus que tem feito muitas peripécias", disse.

A legenda tucana entrou com uma representação contra a pesquisa divulgada, na terça-feira passada, pelo instituto CNT/Sensus, na qual Serra e Dilma estavam empatados tecnicamente. Segundo a legislação, o resultado só pode ser publicado cinco dias depois da inscrição da pesquisa na Justiça Eleitoral. Na representação, o partido alegou que o Sensus inscreveu o levantamento no dia 5 de abril, mas fez alterações no dia 9. Por esse motivo, a pesquisa deveria ser divulgada apenas nesta quarta-feira, 14.

Procurado pela reportagem, o instituto de pesquisa CNT/Sensus não cometou, até o momento, as declarações do deputado.

Terra - Como o senhor recebeu o resultado desta última pesquisa do instituto Datafolha?
João Almeida -
O primeiro bom resultado é desmentir a pesquisa divulgada pelo Instituto Sensus, pesquisas feitas sabe-se lá com quais objetivos. Agora, essa pesquisa desqualifica de uma vez o Sensus que tem feito muitas peripécias. É sempre bom ter resultado positivo em pesquisa.

Terra - Mas...
João Almeida -
Estamos a 150 dias da eleição. Muita coisa vai rolar. Mas uma coisa que eu acho importante ressaltar é a sustentabilidade da posição de Serra.

Terra - Em 2002, ele também esteve, por um bom tempo, muito bem nas pesquisas.
João Almeida -
O que destaco é: ele é líder em todas as pesquisas. Quando Serra colocar sua candidatura, o jogo se equilibra, porque Dilma vai perder as facilidades que tem para transgredir a lei. Os dois estarão no mesmo patamar. Aí, veremos como isso caminha. Porque, aí sim, a campanha se torna verdadeira. Uma coisa é Lula fazendo a campanha de Dilma, né? E o Serra, a não-campanha. Isso ainda não mudou.

Terra - O senhor quer justificar a falta de avanço significativo?
João Almeida -
Não podemos esperar esse avanço significativo agora. Lula colocou a popularidade dele em Dilma. Tenho para mim que ela pode perder isso ainda. Serra conservou o que tinha. O eleitorado ficará numa posição de indefinição até quando começar oficialmente a campanha.

Terra - Mas, é bom para a pré-candidata ter o presidente melhor avaliado, ainda segundo Datafolha, fazendo campanha para ela...
João Almeida -
Popularidade não significa intenção de voto, muito menos capacidade de transferência de votos. Se fosse assim, todo governante popular elegeria seus sucessores. Lula é tão diferente de sua candidata que eu acho muito difícil essa "transfusão" de voto. Não estão acreditando na capacidade do povo de fazer a comparação entre Lula e Dilma. Vão saber comparar os dois e vão perceber que são diferentes. Estão subestimando a capacidade do povo, que é dono de seu destino e de seu voto. Eles pensam que a população vai engolir goela abaixo essa tese deles de que Dilma é Lula.

Fonte: Terra Magazine
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