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Política

Impedir mortes em áreas de risco é uma prioridade, diz Dilma

15 abr 2010 - 13h49
(atualizado às 17h52)
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Flávia Bemfica
Direto de Porto Alegre

Em um discurso sob medida para o empresariado, a pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, disse nesta quinta-feira, em sua primeira agenda pública no Rio Grande do Sul, que a reforma tributária é um dos desafios do País e uma prioridade. Assim como, segundo a petista, zerar o déficit habitacional, acabar com a pobreza e impedir que parte da população more em áreas de risco.

A pré-candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, faz discurso na Fiergs
A pré-candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, faz discurso na Fiergs
Foto: Raphael Falavigna / Terra

Dilma falou por mais de 1 hora aos empresários gaúchos, da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), e abordou realizações das duas administrações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e fez uma comparação entre este início de 2010 e o final de 2003.

"Duas palavras resumem 2003: desigualdade e estagnação. Eram a nossa esfinge. Nós vencemos a esfinge. Não foi obra do acaso e nem lance de sorte, como muitas vezes se disse", afirmou a ex-ministra em sua primeira visita à cidade onde começou sua vida pública. "A estabilidade garantimos no primeiro mandato de Lula. Jamais pensamos em substituir o setor privado. Voltamos a fazer política industrial neste país, e isso foi crucial."

Quanto à reforma tributária, Dilma defendeu que seja feita com a criação de um fundo de compensação para os Estados. E disse ainda que o governo precisa criar um órgão responsável por políticas para pequenos, médios e micro empresários.

Todo o discurso de Dilma foi pontuado por estatísticas comparativas entre o período anterior ao primeiro governo Lula e o atual, em mais uma demonstração clara de que os petistas embasarão a campanha forçando a comparação entre as administrações de Lula e as de Fernando Henrique Cardoso.

Dilma assinalou que o governo fez a sua parte, ampliando o crédito, "porque sem isso a economia não anda", disse que a união de políticas industriais modifica a realidade do país e destacou que nenhum país faz programa de infraestrutura com orçamento. "Faz com financiamento", completou, admitindo que muitas das obras são feitas pela iniciativa privada e o governo organiza a demanda.

"Sempre procuramos entender os problemas enfrentados pelas empresas", afirmou a candidata, completando que o governo fez "uma aposta firme" no desenvolvimento com estabilidade e inclusão social e "deu corpo" ao mercado interno quando tirou milhões de pessoas da pobreza, tornando-o "pujante".

Sobre o futuro, Dilma disse aos empresários que será baseado em uma tríade que inclui política industrial, educação e política de inovação científica e tecnológica. Ao falar sobre as conquistas sociais do governo Lula, a candidata admitiu que são necessárias políticas de melhoria da infra-estrutura para a população, projetou que o déficit habitacional pode ser zerado até 2018 e que a pobreza no país pode acabar nesta década. "O Bolsa-Família é o tempo para amadurecermos com políticas de inclusão. Não se acaba com as necessidades das pessoas somente pagando o Bolsa Família".

Durante seu discurso, a ex-ministra falou pouco sobre a corrida eleitoral. Mas, na entrevista coletiva, respondeu às críticas que vêm sendo feitas pelo PSDB e se referiu especificamente à questão dos dois palanques (do PT e do PMDB) no RS. No Estado, parte significativa do PMDB defende que o partido apoie José Serra. "Temos uma grande proximidade com os partidos da base aliada. Seja com nosso companheiro Tarso Genro (PT), seja com José Fogaça (PMDB), que o governo considera nosso aliado estratégico". Quando os jornalistas insistiram sobre se ela vai subir nos dois palanques, Dilma respondeu que não se recusa apoio e nem palanques. "Estamos em fase de resolução das relações PT-PMDB. A hora em que for definida a questão do vice isso se resolverá".

Nesta sexta-feira Dilma segue para Caxias do Sul, onde também se reúne com empresários. A agenda da noite de quinta foi cancelada. No sábado ela tem atividade com representantes de movimentos sociais, em Porto Alegre.

Fonte: Especial para Terra
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