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Polícia

PF desarticula bando que prostituía menores em 6 Estados

15 abr 2010 - 10h30
(atualizado às 12h29)
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Chico Siqueira
Direto de Araçatuba

A Polícia Federal (PF) anunciou nesta quinta-feira a desarticulação de uma quadrilha que aliciava mulheres e meninas de seis Estados para trabalhar em três casas noturnas no Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Quatro mulheres e um homem, suspeitos de controlar a quadrilha foram presas na Operação Ateneia, coordenada pela PF do Tocantins. Também foi detido um número não divulgado de garotas - entre elas menores de 18 anos - que trabalhavam nos bordéis em Aparecida do Taboado (MS), Paranaíba (MS) e Frutal (MG).

Em Paranaíba foi presa uma mulher e o filho que seriam os mentores do esquema. Ela é acusada de ser o chefe do bando e o filho, responsável por falsificar os documentos das menores. A quadrilha também contava com os serviços da funcionária de uma agência de turismo de Araguaína (TO) que, além de aliciar as mulheres e adolescentes, segundo a PF, era responsável pelo transporte das mesmas.

Segundo a agente Karen Cristina Dunder, entre 15 e 30 menores foram aliciadas nos Estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Ceará, São Paulo e Bahia, para trabalhar nas três boates de prostituição.

"A quadrilha aliciava as mulheres em bares e lanchonetes e as adolescentes em portas de escolas, praças e lanchonetes. Elas eram pobres e recebiam a promessa de emprego honesto, como trabalhar em casas de famílias, de ótimos salários, alimentação e passagens. Mas quando chegavam, eram colocadas no mundo da prostituição" afirmou Karen.

Para manter as menores nas casas e despistar as autoridades, a quadrilha falsificava documentos e fazia dívidas de alto valor em nome das garotas, que também eram mantidas sob vigilância e sofriam agressões morais e físicas caso ameaçassem denunciar a situação às autoridades. "Temos relato de uma delas que depois de sofrer um aborto, foi expulsa de uma das casas de prostituição. Além disso, as garotas eram obrigadas a fazer rodízio nas casas de prostituição", disse a agente federal.

A estimativa dos agentes é de que a quadrilha aliciava pelo menos uma nova garota por semana para fins de exploração sexual. Segundo a polícia, desde o início do ano passado, pelo menos 80 garotas foram exploradas pelo bando. A PF também suspeita que a quadrilha tenha matado um dos seus integrantes. Ele teria sido morto por ter dado informações sobre o paradeiro de uma das vítimas aliciadas para a mãe da garota e prestado informações para agentes da PF sobre o funcionamento do esquema de falsificação de documentos.

Além do crime de tráfico interno de pessoas e de falsificação de documentos, os cinco acusados presos serão indiciados pelos crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Fonte: Especial para Terra
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