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Política

Stédile diz que MST vai trabalhar contra Serra

14 abr 2010 - 23h26
(atualizado em 15/4/2010 às 08h55)
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Principal dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o economista João Pedro Stédile anunciou quarta-feira que os sem-terra vão trabalhar contra a candidatura do ex-governador de São Paulo José Serra à Presidência da República. Segundo ele, apesar da complexidade das forças políticas que apoiam o governo do presidente Lula e que devem migrar para sua candidata, a ex-ministra Dilma Rousseff está ao lado de grupos mais próximos do novo modelo de reforma agrária pregada pelo MST.

"Serra representa a retomada do modelo neoliberal e das privatizações. É uma aliança da burguesia com as empresas transnacionais", disse Stédile. Ele fez questão de lembrar que, quando foi ministro do Planejamento, o ex-governador paulista chegou a afirmar que era mais barato dar um táxi para cada trabalhador rural do que terra. Stédile disse que o novo modelo de reforma agrária tem que incluir a distribuição de terras, a disseminação de agroindústrias e educação no campo.

O dirigente também afirmou que, além das mais de duas dezenas de invasões ocorridas este mês em todo o país, nas ações conhecidas como Abril Vermelho, o MST vai intensificar o processo de organização dos trabalhadores rurais para pressionar o sucessor de Lula a incluir a reforma agrária como alternativa de desenvolvimento, como o agronegócio. Os sem-terra querem participar das eleições para mudar a correlação de forças no governo e no Congresso.

Apesar de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, ter pedido, quarta-feira, prudência aos movimentos sociais, o MST elegeu como alvo as grandes propriedades rurais para invadir. "Nós queremos as grandonas, acima de 5 mil hectares", afirmou Stédile.

Entre os alvos, ele citou dois grandes empreendimentos rurais: 56 fazendas do grupo controlado pelo banqueiro Daniel Dantas, no Sul do Pará, com cerca de 350 mil hectares, e 12 fazendas do Grupo Cutrale, uma delas invadida no ano passado em Borebi (SP), onde os sem-terra destruíram parte do laranjal. Stédile afirmou que são terras públicas. Segundo ele, nas áreas em mãos de estrangeiros, devedores dos bancos oficiais e griladas daria para assentar 1 milhão de famílias.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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