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Polícia

GO: acusado de matar jovens em Luziânia chora e pede perdão

12 abr 2010 - 13h41
(atualizado às 15h17)
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Marcio Leijoto
Direto de Goiânia

O pedreiro Adimar de Jesus Silva, 40 anos, acusado de matar seis adolescentes em Luziânia (GO), chorou e pediu o perdão das mães das vítimas nesta segunda-feira. Em entrevista coletiva concedida no auditório da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, em Goiânia, Adimar se disse arrependido e afirmou que pensava no sofrimento dos familiares dos jovens mortos.

O pedreiro apresentou informações desencontradas a respeito das circunstâncias dos crimes. Contrariando a informação divulgada no domingo de que oferecia dinheiro às vítimas em troca de serviços gerais, Adimar deu mais de uma versão sobre o caso.

Em uma das versões, Adimar disse uma das vítimas seria traficante de drogas e teria encomendado a morte de jovens que deviam dinheiro ao tráfico. O mandante teria oferecido R$ 5 mil poucos dias após o pedreiro deixar a prisão, onde cumpria pena por abuso sexual de menores.

Segundo o pedreiro, o traficante teria participado do assassinato de uma das vítimas. Após um desentendimento, Adimar resolveu assassiná-lo. O suspeito não soube precisar quantos jovens foram mortos a mando do traficante.

Em outro trecho da entrevista, Adimar disse que uma das vítimas teria oferecido dinheiro a ele para que os dois mantivessem relações sexuais. O pedreiro afirmou que negou a oferta e resolveu matar o jovem por temer ser reconhecido, uma vez que já havia sido condenado por pedofilia.

De acordo com Adimar, a última vítima seria um jovem que teria identificado ele como autor dos outros crimes e estaria tentando extorqui-lo.

O pedreiro afirmou ainda que atraía as vítimas ao local dos crimes com a promessa de que teria drogas para oferecer. Na mata, utilizava um pedaço de pau para golpear os jovens e deixá-los inconscientes, para então matá-los. Adimar disse que usava o mesmo objeto para cavar as covas em que enterrava os corpos.

O suspeito disse ter sido vítima de abuso sexual no passado. Segundo Adimar, durante uma tentativa de assalto, ele foi agredido, violentado e teve um pedaço da língua cortado. Ele afirmou ainda ter tentado o suicídio após a repercussão das mortes de Luziânia.

Jovens de Goiás
Entre os dias 30 de dezembro de 2009 e 22 de janeiro deste ano, seis jovens com idades entre 14 e 19 anos desapareceram em Luziânia, a 196 km da capital Goiânia (DF). O caso ganhou repercussão nacional e foi investigada, além da polícia, pela CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados. O paradeiro dos jovens só foi solucionado na manhã de sábado, 10 de abril, quando o pedreiro Adimar de Jesus Silva, 40 anos, foi preso acusado de estuprar e matar os rapazes. Ele mostrou à polícia o local onde estavam os corpos dos garotos e, em entrevista, se disse arrependido e afirmou que pensava no sofrimento dos familiares dos jovens mortos. O pedreiro também declarou que foi vítima de abusos sexuais no passado e disse que cogitou o suicídio após a repercussão das mortes.

Adimar Jesus foi apresentado pela polícia nesta segunda-feira
Adimar Jesus foi apresentado pela polícia nesta segunda-feira
Foto: Márcio Leijoto / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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