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Polícia

GO: vizinhos ameaçam invadir casa de acusado de morte de garotos

11 abr 2010 - 18h26
(atualizado às 18h52)
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Márcio Leijoto
Direto de Luziânia

Dois policiais militares impediam neste domingo que a população invadisse a residência em que morava o pedreiro de 40 anos preso no sábado, no entorno do Distrito Federal, acusado de estuprar e matar seis adolescentes em Luziânia (GO) entre 30 de dezembro de 2009 e 22 de janeiro deste ano. Vizinhos ameaçavam atear fogo na casa, que pertence à irmã do suspeito, no Setor Estrela D'Alva 4, periferia da cidade.

Moradores de bairro da periferia de Luziânia são contidos por policiais militares
Moradores de bairro da periferia de Luziânia são contidos por policiais militares
Foto: Marcio Leijoto / Especial para Terra

A prisão do pedreiro surpreendeu os vizinhos, que o consideravam uma pessoa "pacata", "que se dava bem com todo mundo", "trabalhador" e "na dele". No entanto, a maioria dos moradores do bairro tinha conhecimento de que ele já havia passado 4 anos presos. Porém, poucos sabiam do crime cometido: abuso sexual contra adolescente.

"Ele era aquele tipo de gente que fica na dele, quieto, não arranja confusão, cumprimenta os vizinhos normal, trabalha, vai pro bar beber e se dá bem com todo mundo, mas sem ser amigo de ninguém", afirmou ao Terra uma vizinha com quem ele chegou a trabalhar como pedreiro no bairro.

"Na semana passada, ele disse que iria arranjar um trabalho de R$ 1 mil numa obra numa casa para mim, mas eu tava com o braço machucado", disse a vizinha, que pediu para não ser identificada.

Companheiros do bar

Frequentadores de um bar na mesma rua em que morava o pedreiro disseram neste domingo que ele bebia cerveja no estabelecimento, mas jamais deixou o local embriagado ou provocou confusão. "A gente ficou assustado quando viu a polícia o prendendo. Sabia que ele já tinha passado na cadeia, mas nunca pensei que ele era o responsábel pela mortes desses meninos", disse outro vizinho.

Uma moradora do bairro que acompanhou a prisão do acusado afirmou que tremeu quando percebeu a movimentação da polícia na reião. "Ele era tão respeitador. não ficava mexendo com as mulheres na rua, não ficava cantando (as mulheres). Levei um susto quando vi a polícia". Segundo ela, o pedreiro se comportou normalmente depois que os crimes começaram a ser investigados pela polícia. "Ele mudou depois que voltou da cadeia, estava mais fechado do que antes. Mas só".

O homem de 40 anos morava no local com com a irmã e o cunhado. "A irmã e o marido são trabalhadores. Ela passa até 15 dias fora, trabalhando. O marido dela sai muito cedo e só volta à noite, cansado. Agora, ele ficava mais tempo na casa, mas, mesmo assim, trabalhava", afirmou uma conhecida da família do acusado.

Na tarde de sábado, alguns parentes e amigos das vítimas foram até a casa do pedreiro. O vigilante José Luiz da Silva, 50 anos, pai de Márcio, 19 anos, a última vítima do suspeito, foi cumprimentado pelos vizinhos. Silva mora a três quadras do pedreiro.

"A gente nunca ia imaginar que era um vizinho que tinha feito tamanha barbaridade. Todo mundo diz que ele parecia ser gente boa, mas dentro dele ninguém sabe o que tinha", disse, segundo relataram os moradores.

Mudança emergencial

A irmã e o cunhado do pedreiro chegaram a ser levados até a delegacia no sábado pela polícia para prestar depoimento, mas foram liberados no início da noite. Neste domingo, eles estiveram na casa. Segundo vizinhos, pegaram alguns pertences e foram embora. "Acho que voltam novamente só para pegar mais coisas e ir embora. Essa casa ta amaldiçoada agora", disse um morador do bairro há 22 anos.

A polícia não soube informar até quando vai vigiar a casa do pedreiro.

Fonte: Especial para Terra
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